segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O consumo criminoso de água doce pelas indústrias - sem tecnologias de reaproveitamento ou de reuso

O nivel do Guarapiranga caiu, o nivel da Cantareira caiu de novo.....
A questão é que 80% da agua doce no Brasil é consumida pela indústria, agronegocio e agricultura. Claro que vai cair. A cadeia produtiva brasileira nao aceita limites no consumo de agua doce, que é de 80%, e que, sem reaproveitamento, vai para o ralo.
No Brasil não há reaproveitamento, nem reuso.
E o governo - sem ter como resolver de imediato - pede que a população - responsavel por apenas 20% do consumo - economize água.
Tem jeito????

Mais uma história de sociabilidade cega - e estamos pagando muito caro.

Eis o que vemos como imagem de o Chamado "Novo Estado Islâmico": jovens encapuzados com sotaque britânico, mobilizando no mundo inteiro outros jovens franceses, americanos, brasileiros, canadenses, unindo de alguma forma, a partir de uma ideologia que precisa rapidamente ser estudada e entendida.
Alguma coisa no mundo deixou de ser feita e hoje esta não ação gerou esta reação terrivel. Ou seja, a sociabilidade cega é antiga!
O estranho é que sempre sonhamos com um Estado federativo mundial, multicultural, onde todas as linguas se unissem num propósito político que considerasse as diferenças de todas as populações envolvidas, no encontro de uma unidade voltada ao bem comum.
Estamos aprendendo a duras penas : 1. que nao se pode deixar ninguém para trás; 2. que não se pode abandonar os filhos dos outros e cuidar só dos nossos; 3. que não se pode viver como reis, enquanto outros vivem como escravos; 4. que nao se pode consumir tudo enquanto outros morrem de fome; 5. que não se pode lucrar tanto enquanto muitas pessoas dormem nas ruas; 6. que nao se pode fechar a porta dizendo: ainda bem que não é comigo, nem com os meus.
O planeta é de todos.
Aqueles que se enquadrarem nas assertivas acima, que apresentem às mais altas representações espirituais a procuração passada por D'us, lhes recomendando que fizessem desta forma e lhes concedendo privilégios.

Uma história de sociabilidade cega

Estou assistindo o canal 40 sobre o narcotráfico no México. Impressionante a reportagem. Triste em seu conteúdo.

Diferente daqui, que enfrentamos o tráfico em alguns locais, em varias cidades do México o narcotráfico assumiu o controle de Estado, cobrando imposto, fazendo polícia e justiça. E assassinaram agora 43 jovens normalistas, a pedido da mulher do prefeito da cidade de Iguala.

O professor que deu a entrevista afirmou que o problema do narcotráfico no México é porque o Mexico funciona como abastecedor, para suprir o consumo altíssimo de drogas dos Estados Unidos, país vizinho. E as indústrias de armamento americanas tem como clientes os poderosos do narcotráfico mexicano. O triste também, somando-se a este massacre que o povo mexicano está submetido, é que a sociedade americana - numa sociabilidade cega - quer ver bem longe os "xicanos" , que fogem para os Estados Unidos. Acham que eles vem tomar seus empregos, e não se vêem como responsáveis. 

O Presidente Barack Obama quer leis a favor dos imigrantes xicanos, mas enfrenta um Congresso Republicano, direitista e branco.

E talvez o mais grave: Todos rezam todos os dias pedindo proteção para as suas famílias. Mas só D'us trabalhando.......

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Realismo e Idealismo - Formas de pensar que se complementam

Quantas vezes na vida nos questionamos sobre o que fazer? Ou então nos perguntamos: por que eu? O que foi que eu fiz? O que devo mudar na minha vida? Todas estas perguntas estão relacionadas com o conhecimento que temos, com a forma de aprender que usamos, enfim todas estas questões estão relacionadas com a nossa bagagem, com a nossa forma de ver o mundo.
A verdade é que somos de um jeito. Podemos mudar? o que é preciso? Como fazer isto? Desde a Antiguidade grega que os que amam a sabedoria buscam respostas para estas e outras questões filosóficas.
O que é e como se dá o conhecimento na mente da pessoa? É possível um conhecimento verdadeiro? É possível conhecer a verdade? Estas são as questões que fundamentam a Teoria do Conhecimento ou Epistemologia, que é uma disciplina filosófica.
Cada teoria que busca estudar o conhecimento constitui uma reflexão filosófica que busca investigar o que é e como se dá o conhecimento.
Dentro deste contexto destaca-se a nossa consciência - ou seja a consciência de um sujeito -  e de outro lado - o objeto. O conhecimento se dá quando a pessoa consegue apreender o objeto e representá-lo mentalmente. Dependendo da corrente filosófica, será dada mais ênfase ao sujeito - caso do Idealismo - ou ao objeto - Realismo ou Materialismo.
No caso da corrente filosófica "Idealismo", acredita-se que os objetos, os fenômenos são construídos na mente do indivíduo e são  representados, entendidos, percebidos - de acordo com o conhecimento, de acordo com a capacidade de percepção da pessoa. Ou seja, nesta corrente, acredita-se que a pessoa perceba o mundo com suas idéias. Se for um dogmático, ao perceber o mundo, interpretará os fatos de tal forma, que pensará que só ele sabe tudo. Por outro lado, se for um cético, interpretará os fatos pensando que nada tem jeito.
Platão era um dogmático porque achava que fora da caverna se encontraria o conhecimento, a verdade e não admitia dúvidas quanto a isto.  
Nesta corrente do Idealismo, acredita-se que a pessoa viva e perceba o mundo com o que sabe.
A educação se funda no Idealismo porque acredita que cada aluno tem um “vivido”, um “percebido” e um "concebido". Para a educação, a ênfase é no sujeito, no aluno e é importante saber como o aluno interpreta um um objeto, fato ou um fenômeno.
Já para o 'Realismo' as percepções que temos são reais, verdadeiras. Aqui não se discute o lado subjetivo do indivíduo.  A ênfase é no objeto. Aqui o sujeito interpreta o que vê e o que interessa aqui é o que ele está vendo.
Veja um exemplo, no passado remoto, a humanidade possuía um conhecimento e percebia  uma queda d’água como um fenômeno que servia para tomar banho, para cozinhar, para beber, para lavar os objetos. Ou seja aquele fenômeno era o que era. Apenas uma queda d’água. Era o Realismo imperando na mente dos povos.
Mas um dia alguém olhou para queda d’água e pensou  que aquele objeto poderia gerar energia e criou o monjolo, tecnologia para moer o grão. Ou seja, a queda d’água passou a ser observada a partir de um outro conhecimento, uma outra bagagem. Era o Idealismo se insurgindo no pensamento humano. Ou seja o sujeito apto a alavancar  o conhecimento, a partir do seu conhecimento acumulado.
Ou seja Realismo e Idealismo são formas que a nossa mente utiliza para avançar no entendimento das coisas. Primeiro vemos um objeto, um fenômeno como ele é, depois, com o tempo, vamos percebendo o fato, o objeto, o fenômeno, do nosso jeito, com o conhecimento que temos. É o idealismo. Neste momento cada um interpreta de um jeito.
No filme “the black hole” o sujeito vê o desenho, vê o que é (Realismo), mas ao concebê-lo (Idealismo) fica preso num conhecimento parcial,  particular, pobre.
Na verdade podemos dizer que Realismo e Idealismo são formas paradigmáticas de chegarmos ao conhecimento.

domingo, 21 de setembro de 2014

Pós- Modernidade e os conceito de Crematística em Aristóteles e sociedade civil burguesa em Hegel

 Pós- Modernidade e o conceito de Crematística em Aristóteles
Vivemos hoje um conceito de economia fundada na produção e na apropriação da prosperidade por poucos. Aristóteles[1] já havia estudado este aspecto da economia, quando criou o conceito de crematística,  juntando as idéias de khréma e atos, ou seja a  busca incessante do prazer no domínio individual da riqueza. Significa colocar a acumulação da riqueza antes do meio ambiente, antes da ecologia, antes da política, antes do estado. Simboliza um tipo de economia que não privilegia os seres humanos, nem as matas, nem os rios. Simboliza a degradação sócio-ambiental etc, sem preocupação com as consequências deste tipo de economia predatória.
O pensamento aristotélico influenciou tanto o Direito, quanto a educação, como a economia , no sentido de seu conceito a respeito dos modos de vida privado e  público, no qual o ser humano está envolvido. Modos, certamente imbricados e impossível de separá-los. No entanto hoje este sistema público-privado encontra-se fragilizado pela exacerbação individualista da concepção do modo de vida privado, que carrega consigo como um irmão siamês, o âmbito público, esmaecido, sangrado, quase sem vida.
Na Antiga Grécia, o âmbito privado consistia no ser humano e sua família – Oikos em grego -  que também significava a terra, o meio ambiente, os bens que supriam estas pessoas. Já no âmbito  público havia o conceito de cidadão e ser cidadão significava integrar a administração da justiça e a assembléia que legislava e governava a cidade.
Aristóteles ao definir a Crematística, distinguiu  três modos de adquirir riquezas: a colheita, a troca de bens e o comércio, que segundo ele não poderia ser hierarquicamente superior à política.  Para Aristóteles a vida que vale a pena ser vivida se daria no estado, pela política.
O Indivíduo, o estado e o cidadão
Hegel[2] em sua filosofia do direito traz o significado de sociedade civil-burguesa onde a finalidade é o âmbito particular. O âmbito público é o meio, que existe para satisfazer as necessidades do cidadão privado, significando com isto que as carências de todos servirão de instrumento para suprir a satisfação particular. Neste sentido, perder-se-ia o real sentido da economia, que segundo Aristóteles seria  a de satisfazer as reais necessidades do grupo.
O particular é o princípio da sociedade civil-burguesa” (HEGEL, 2010), enquanto o interesse coletivo está confinado, restringido, aviltado, degradado, enfraquecendo o conceito de estado e de cidadão.
. Mas é bom lembrar que estado e indivíduo são indissociáveis, pois o cidadão surge no imbricamento do estado com o indivíduo. Pode ser um indivíduo comprometido com a res pública ou inteiramente privatizado, desligado dos interesses coletivos que o estado representa.
Na Pós-modernidade a única lei é o lucro e o ser humano  se torna um selvagem, porque no seu individualismo escolheu viver isolado do estado e tornou-se um deus, porque dita a vida a ser vivida por milhares de pessoas, um deus de outra natureza, cujo nome –apesar de tudo – é desconhecido por todos.
Referências bibliográficas
ARISTÓTELES, Política. Tradução Torrieri Guimarães, São Paulo, editora Hemus, 2005.
HEGEL, G. W. F. Princípios da Filosofia do Direito. Tradução Orlando Vitorino. Lisboa: Guimarães Editores, 2010.



[1] O Filósofo grego Aristóteles nasceu em 384 a.C., na cidade de Estágira, e morreu em 322 a.C. Sua filosofia influênciou a educação e o pensamento ocidental contemporâneo. No entanto a Economia não se valeu deste poderoso afluente para lidar com a riqueza, pautada no bem comum.
[2] Filosofo alemão que nasceu em Sttutgart em 1770 e morreu em 1831

sábado, 30 de agosto de 2014

Ética e Responsabilidade Social são ingredientes fundamentais para um mundo sustentável



A Companhia Siderúrgica Nacional vendeu um terreno contaminado para os funcionários , foi condenada a pagar indenizações, mas recorreu da sentença. Isto significa que não faz gestão de seus resíduos. O INEA – Instituto Estadual de Meio Ambiente analisou amostras de sangue dos moradores da Vila que foi construída no terreno e  quase todos estão contaminados com  elementos químicos.
É mais um caso que se soma à dívida com as questões socioambientais. Não é possível aceitar mais este tipo de gestão tão descomprometida com valores éticos e legais. O descarte  e a gestão de resíduos é obrigação da empresa. Mas o problema é que a gestão não é unificada, passa por diversos órgãos de uma empresa e a burocracia, a falta de instrumentos eficientes de comunicação, mais a falta de preparo dos gestores, leva ao caos um empresa que foi privatizada, com o emblema de que seria muito melhor administrada.
Tudo isto ao final remete ao descompasso entre os agentes na execução de um projeto de sustentabilidade para a  empresa  e em decorrência, para o Brasil.
Sustentabilidade possui três pilares: Estado, empresas e sociedade civil  e significa:
1. O Estado combatendo a pobreza e os conflitos sociais; 
2. As empresas formando a mão de obra local, tornando suas relações trabalhistas éticas e legalizadas, implementando tecnologias de reutilização e economia  de recursos; fazendo gestão de seus resíduos, acompanhando e formando seus stakholders e também financiando juntamente com órgãos do Estado o desenvolvimento de novos materiais, novos métodos ;
3. A sociedade civil mudando sua forma de consumo para um consumo consciente, ao invés de um consumo alienado.
Necessitamos de uma nova postura consciencial. 
Ética e Responsabilidade Social são ingredientes fundamentais para um mundo sustentável e todo este assunto é sério demais, pois nossa sobrevivência no planeta está em jogo . O projeto tem que integrar Sociedade civil, Empresas, Estado e mais todo o novo mundo por trás das tecnologias multimídias.

domingo, 24 de agosto de 2014

Lendas mitos e sociedade

No passado, o ser humano também buscou entender a vida, e se criavam de forma coletiva, compartilhada,  histórias fantásticas, com  personagens mágicos, fantasmagóricos, avassaladores. Era o exercício primário da espiritualidade, onde magia e medo tomavam conta da mentalidade humana. Este universo espiritual era povoado de lendas e mitos.
Este universo espiritual mágico espelhava a vida coletiva, e é muito interessante estudar os personagens míticos também como representação da sociedade.
Observem a sereia, uma mulher sedutora, linda, mas sem as pernas. O  papel social que lhe ofereciam era de seduzir, desencaminhar os homens com sua beleza, com a sua voz; ou o saci-pererê, um negro de uma perna só, cujo papel era ser engraçado, e que não amedrontava ninguém. Que histórias políticas e sociais estão contidas nestes mitos e lendas?
Lembrem-se que estes mitos e lendas convivem até hoje no imaginário popular e dá uma bela reflexão estudar os mitos e lendas a partir de uma sociologia dos mitos. O mito não morreu, continua vivo em seu lugar interior, compondo o grande mosáico sócio-espiritual da alma humana.
Mas...historicamente, a partir do século VII A.C. com a Filosofia surgem novos questionamentos: Quem somos nós? O que é o universo? O que é a verdade?  O  Mito passa a dividir um espaço com a Ciência e as religiões monoteístas.
Daí é que se tem o Mito da Caverna, uma alegoria sobre a busca do conhecimento.
Platão criou este mito para explicar a importância do conhecimento no desenvolvimento do ser humano. A alegoria por ele criada de uma caverna é bem interessante, pois ele quis mostrar que cada um de nós fica preso no seu próprio conhecimentto, acreditando em sombras da verdade, enquanto a sabedoria estaria fora da caverna.
Hoje sabemos que a verdade não existe, o que existe são interpretações pessoais de um fato.  Para Platão a verdade está fora da caverna. Hoje sabemos que cada pessoa interpreta os fatos do seu jeito e dizemos que existem muitas "verdades".
Fazemos pate de muitas cavernas: escolas, templos, clubes, cultura.
O importante é sabermos que podemos ir além das cavernas, não para encontrar verdades, porque elas não existem. Mas para encontrarmos a nós mesmos.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A res pública e o despreparo político

Má gestão no SUS, falta de governança no setor das hidroelétricas.
O Brasil está enleado em um despreparo político, que leva à gestão episódica. 

Convido os administradores públicos envolvidos no SUS , também aqueles envolvidos com gestão nas hidroelétricas e aos políticos envolvidos com prestação de contas, que voltem aos bancos escolares. Voltem a debater, voltem a estudar.

Quem sabe não há um curso sob medida para vocês. Minha sugestão:

"Ética e Responsabilidade Socioambiental no manejo de tecnologias para uma res pública"

sábado, 9 de agosto de 2014

Crise na Gestão Pública - O Estado federativo fracassa imperceptivelmente

A Cesp descumpriu a determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ao rebaixar a vazão da usina hidrelétrica do rio Jaguari, que faz parte da bacia do rio Paraíba do Sul. Não fez isto e desobedeceu uma morma da ONS. 

Isto pode causar problemas no sistema de geração de energia da Light. O Rio de Janeiro será afetado. Será desabastecido.

Dos 43 metros cúbicos de água que atravessava a hidrelétrica do Rio Jaguari, a CESP só deixou passar 10 metros cúbicos.

O Rio será afetado e isto -pasmem - por determinação do governo de São Paulo.

Como pode um agente do mercado - a CESP -:descumprir uma recomendação da ONS?

A Pós Modernidade com o seu individualismo, necessita de freios na aplicação dos princípios da Administração pública, pois estaremos diante da gestão episódica, ao invés da gestão unificada.

Em termos éticos será o caos!

O governo de São Paulo queria penalizar os paulistas exigindo economia de água, sob pena de multa. Desistiu, porque houve reclamação geral:

"o governo queria que o povo pagasse a sua ineficiência na gestão hídrica".

Agora quer penalizar o Rio de Janeiro.

Quando será que os gestores públicos de São Paulo vão pensar estrategicamente e elaborar um plano de gestão hídrica? Com ética em toda a Rede de stakeholders?


Neste clima de desmandos e adversidades, o sonho de um Estado Federativo fracassa imperceptivelmente.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O gestor e o vigia - Um desafio para o gerente na Pós-modernidade

A Pós-Modernidade e as relações de Mercado: uma história de ficção? 

Folheio atenta o Jornal e paro em uma afirmação bem cartesiana, ou seja, sem as junturas do Todo. Pergunto-me então: Será que em Descartes está a protoforma da Pós-Modernidade, com sua visão tão individualizada da coisa pública?

Eis o que li:

A Prefeitura do Rio contratou através da Ong Tesloo - (atualmente sob intervenção devido ao escândalo com Rodrigo Bethlem) - a Infornova Ambiental Ltda, que pasmem era a antiga Locanty Comércio e Serviços, que esta sob investigação do Min. Público Federal sob suspeita de fraudes em licitação.

Trocou de nome e através da Ong Tesloo presta serviços à Prefeitura.

Meu espanto como professora e cidadã se dá pela afirmação da Prefeitura:

"Contratei a Ong, mas não vou interferir na escolha de firmas contratadas pela Ong" .

Bom, uma lição que os administradores recebem em seu primeiro dia de aula é que hoje a empresa em Rede trabalha com "stakeholders" , que são por exemplo os terceirizados, quarteirizados. E que a Empresa é sim responsável por todos os nós da Rede, sob pena de se instalar uma anomia, na ausência de uma gestão unificada.

Eu afirmo: Na Pós Modernidade o individualismo será o calcanhar de Aquiles da Ética, e se precisará de bons ADMINISTRADORES, humanos, assertivos, competentes, éticos, com exemplaridade moral.

Talvez deva-se falar aqui no "panóptico" de Jeremy Bentham (1785), pois em tempos de pós-modernidade, a vigilância talvez abra caminhos para uma virtude ética no Mercado. O gestor e o vigia - como um tema integrado - será  o desafio para a nova fronteira, com ética nas organizações e no Mercado.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Legislação e Ética - A definição de incapacidade absoluta

Hoje li um artigo que questiona o fato de um menino que teve o braço arrancado ser tratado como incapaz, pois - segundo o artigo - ele sabe a diferença entre gato e tigre, entre o certo e o errado.
É bom lembrar que esta definição de incapacidade absoluta encontra-se acolhida no Código Civil. que vaza em seu artigo Art. 3o que são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil, (inciso I) - os menores de dezesseis anos.
Esta noção de incapacidade passa pela Ética, antes de ser legal. Uma pessoa é declarada como incapaz, não porque desconhece a diferença entre as coisas, mas porque....
"não consegue avaliar as consequências dos seus atos".
Então estas pessoas e outras como as que sofrem de Mal de Alzheimer são consideradas incapazes, porque não conseguem avaliar as implicações de suas ações sobre o mundo e sobre si mesmo. Não avaliam, nem refletem sobre as consequências de suas práticas.
Como ensinar às crianças a avaliar as consequências de suas práticas. Isto faz parte de uma vivência conjunta pautada na Ética.
A sociedade está preparada para viver no dia a dia a Ética? A avaliar a consequências de suas ações, de sua palavras, sobre a vida, sobre as pessoas, sobre si?
Como se pretende ensinar o que não se sabe?

quinta-feira, 31 de julho de 2014

O ser humano é objetivo - é finalidade: não é um mero recurso - não é um meio (Immanuel Kant)

O ser humano tem como objetivo maior a sua humanidade e em decorrência, tem como objetivo a si mesmo, a vida, o outro, o planeta

Não somos meros recursos, pois estes são fungíveis e podem ser substituidos, consumidos, trocados, estocados, imobilizados, vendidos. 

Nós humanos, somos objetivos a sermos alcançados, em eterno devir. A missão e a visão das empresas são objetivos organizacionais, então por que tratar o ser humano como recurso? O ser humano não é um recurso, é um objetivo a ser alcançado, onde quer que ele esteja. Estamos em permanente e progressiva construção moral, ética, política, educacional.

"Age de modo que consideres a humanidade tanto na tua pessoa quanto na de qualquer outro, e sempre como objetivo, nunca como simples meio." (Immanuel Kant - 1724/1804 - filósofo alemão)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O que podemos aprender com Karl Popper - para sermos melhores seres humanos em tudo o que fazemos?

Karl Popper nasceu em 1902, na Áustria.

O que podemos aprender com este filósofo nos dias de hoje? A Teoria de Popper diz que devemos observar, teorizar e considerar que nenhuma "verdade" pode ser considerada absoluta ou definitiva.  E que nossas idéias podem ser consideradas válidas, até serem provadas falsas por outras observações sobre o mesmo tema.

Precisamos hoje deste filtro popperiano. Refutar, falsear as teorias é o que se precisa hoje, ou seja uma forma de viver que suporte questionamentos, que teorize sobre as questões,  sobre as observações,  que nos ajude a ser um pouco mais céticos e a colocar em cheque crenças, teorias, verdades, mas com simplicidade, com humildade, pois novos paradigmas podem surgir. 

Na vida não devemos aceitar nada que não possa ser refutado, que não possa ser substituído.  Salvo nos campos das religiões, signos espirituais ou mitologia.

E aí, certamente nossas idéias, nossa forma de pensar sairão de cena  para tomar o seu lugar na história da vida. Outras idéias surgirão, completando ad infinitum o processo de criação-destruição-criação. É esta dimensão  popperiana que devemos incorporar, humildemente, na nossa forma de viver. 


domingo, 30 de março de 2014

A Ética não pode ser flexível - mas precisa ser transgressora

A Ética não pode ser flexível, porque ela é um modelo mental, um modelo de pensamento. Ela representa o paradigma de idéias que envolve o bem comum.

Diferentemente deste postulado, pode-se afirmar qua a Ética é trangressora e é por ser assim que  a moral da sociedade evolui.

Por exemplo na sociedade escravista - que tinha como bem comum o escravo -  insurgiram-se novas idéias em relação ao bem comum, deslocando-se o eixo do bem para a liberdade.

A transgressão ética simboliza o avanço do pensamento em direção a novas marcas morais. Se a ética for flexível, não se tem avanço do pensamento, das idéias, porque acaba-se aceitando tudo como sendo normal e instaura-se a normose, uma infecção social, que se alastra do tipo ´todo mundo faz, eu também vou fazer igual´.

Mas o indivíduo  ético tem por obrigação transgredir e criar novos campos de reflexão, quando perceber que as práticas da moral vigente  não atendem mais ao conjunto da sociedade.

.Não se pode ser flexível diante de práticas e condutas que não correspondem aos anseios de humanização mais profundos da vida em comum.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Continuando a falar de Solidariedade Orgânica e Solidariedade Mecânica

Durkheim criou os conceitos  de Solidariedade Orgânica e Solidariedade Mecânica e este é um assunto delicado, que remete à Ética na atual cultura de mercado capitalista, que adota uma ética instrumental, que é a fundada no lucro. A Ética do bem comum passa longe da cultura de mercado.
Neste contexto de cultura de mercado capitalista surge o conceito de stakeholder - ou seja os colaboradores, partes interessadas - que são fornecedores, terceiros, clientes, funcionários. Na verdade todos estamos envolvidos nesta divisão do trabalho que permeia o mundo. A cultura da solidariedade orgânica envolve o globo terrestre, na divisão do trabalho que se representa no Mercado.
Os operários da Foxconn - parceira da Apple em vários países do mundo, em sua cadeia produtiva de I-Pod's, são stakeholder da Apple também. Mas A ética fundada no lucro não enxerga todos os colaboradores na cadeia produtiva, nesta extensa divisão do trabalho. E os operários da fábrica chinesa da Foxconn são movidos a trabalho escravo e vários se suicidaram. Neste mundo capitalista, onde Apple e Foxconn são parceiras, organicamente todos estamos envolvidos como clientes no Mercado. E  como sociedade em geral, não se pode dizer: "Eu não tenho nada a ver com isto". pois, na verdade, não há o retorno à solidariedade mecânica. 
Na cultura capitalista, a cada lançamento da Apple os clientes fazem fila nas portas dos shoppings, das lojas. Todos estamos envolvidos e somos vítimas ou cúmplices. Só uma reforma mental universalizada pode nos guiar a novas fronteiras de uma economia ecológica.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Ética e Responsabilidade Social na Solidariedade Orgânica - Um estudo em Émily Durkheim

Falar sobre Ética e Responsabilidade Social em épocas de Capitalismo chamado selvagem, requer que analisemos os fatos a partir de uma percepção de conjunto. E neste ponto surge o conceito de solidariedade orgânica, que simboliza que todos nós estamos comprometidos ou associados na extensa divisão social do trabalho, ao redor do mundo. 

Por exemplo: Eu não planto café, nem transporto o café para o mercado, nem trabalho no mercado, mas todos os dias tomo café, cujo pó alguém comprou para me servir o café, seja no trabalho, na rua  ou em casa. Este é um pequeno exemplo, mas imagine toda a solidariedade orgânica que envolve o mundo. Dependemos uns dos outros, nesta cadeia produtiva sem fim, ao redor do planeta. 

O sociólogo Émily Durkheim estudou a solidariedade orgânica e a divisão do trabalho ligada a esta solidariedade. Em suas pesquisas verificou que a modernidade nos trouxe uma indústria com muitas tecnologias, o que permitiu que o trabalho se dividisse ao longo de uma cadeia produtiva, que se perde de vista através das Redes e fronteiras. 

A partir deste estudo podemos ir mais longe em nossas observações e análises. Criou-se a terceirização, a quarteirização e os trabalhadores perderam os sentidos do que estão fazendo nesta cadeia produtiva tão complexa. Esta complexidde criou e adensou cada vez mais o que Durkheim chama de anomia, ou seja um trabalho sem o sentido de enriquecer a identidade da pessoa, um trabalho que se funda no lucro, apenas. Vida e trabalho se desconectaram. 

Mas tudo isto não deve ser analisado como uma caça às bruxas, não existem culpas, mas uma cultura capitalista, muitas vezes irresponsável e anti-ética que se dissemina ao redor do planeta .

Convém, neste momento, que cada um de nós faça uma reflexão sobre os próprios atos. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

QUEM É VOCÊ?

'Você!', disse a Lagarta desdenhosamente. Quem é você?[1]

Eu sou a luz das estrelas, eu sou a cor do luar, eu sou as coisas da vida, eu sou o medo de amar.[2]
Ora, para dizer a verdade...
Quem sou eu e quem é você? Nessa história eu não sei dizer. Mas, eu acredito que ninguém tenha vindo pro mundo a passeio[3].

Sabe, a verdade é que...
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo...
Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar. Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre[4].

E você? Quem é você? Já parou para pensar nisso?



[1] Trecho de conversa entre Alice e a Lagarta do livro ‘Alice no país das maravilhas’, de Lewis Carroll.
[2] Trecho da música ‘Gitá de Raul’ Seixas e Paulo Coelho.
[3] Trecho da música ‘Rock Estrela’ de Léo Jaime.
[4] Poesia de Clarice Lispector extraída do livro ‘PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM’.