Edgar Morin citando Wojciechowski diz que "Ciência e tecnologia triunfaram e fracassaram ao mesmo tempo". Triunfaram materialmente e fracassaram moralmente".
Hoje estamos diante de uma disjunção entre ciência, ética e política e os desenvolvimentos da tecnociência revelam-se uma tragédia. Em todo o campo político a ética é residual; no campo científico não se discutem os desdobramentos, as implicações do desenvolvimento tecnológico - o chamado progresso tecnológico. Enquanto isso o pauperismo acompanha a riqueza como uma sombra.
Na verdade de acordo como as coisas estào montadas, os bens da Sociedade da Informação não são para todos. e como diz Edgar Morin, a ética está desarmada entre a ciência amoral e a política imoral.
Está certo Morin quando diz que a ciência é um assunto sério demais para ser deixada unicamente nas mãos dos cientistas. Tornou-se perigosa demais para ser deixada unicamente nas mãos dos chefes de Estado. Em outras palavras a ciência tornou-se um problema cívico, um problema de cidadãos. Mas os cidadãos estão, por ora, alijados do saber que lhes permitiria o acesso ao controle ético da instância política.
Ele afirma que os fundamentos da ética estão em crise, o sentido da responsabilidade encolheu; o sentido da solidariedade enfraqueceu-se. Há uma crise geral dos fundamentos da certeza, uma crise nos fundamentos do conhecimento científico. Há hoje uma privatização da ética.
Edgar Morin fala em "humanismo regenerado, que se baseia na fragilidade e na mortalidade do indivíduo, se baseia no seu inacabamento, trata-se de um humanismo que rejeita a ilusão do progresso garantido, mas acredita na metamorfose das sociedades numa Sociedade-Mundo capaz de tornar-se Terra-Pátria.
(Edgard Morin, Método 6 - Ética).