Nesta
etapa do capitalismo, o paradigma que sustenta a pós-modernidade fala em
destino individual, convida o ser humano a ser empreendedor de si mesmo, a ser
competitivo, a buscar desenvolver suas habilidades de acordo com as tecnologias
do Mercado. Ele não convida a desenvolver suas capacidades e habilidades
morais. A orientação é tecer uma Rede de
contatos e se integrar a ela. Mas tudo muito superficial, pois o destino é
individual.
Há
uma discrepância nisto tudo, pois a
mente é social – não há destino individual. Não é verdade. No entanto o
Capitalismo avançado precisa de novos emblemas e não quer perder. E o que ele
diz é o seguinte:
“Olha, é
você quem não consegue se empregar, sabe porque? Porque não é competitivo;
porque não aprendeu a tecnologia XYZ; porque não fala 3 línguas. A culpa é sua,
de estar se excluindo deste Mercado. Seja competitivo, desenvolva as suas
capacidades intelectuais;crie a sua Rede de contatos; aprenda as novas ferramentas. Torne-se um
empreendedor de si mesmo”
Tem
alguma coisa errada nesse discurso: primeiro ele quer ser hegemônico; segundo não
considera a biologia da mente, pois somos animais sociais e o nosso aprendizado
é colaborativo - nosso destino é coletivo, o que convoca a uma moral voltada
para o humanismo, a solidariedade, o respeito mútuo e vida conjunta.
Precisamos
nos desenvolver intelectualmente, dominar sim as tecnologias do nosso tempo, mas
durante todo o processo de apropriação tecnológica, precisamos repensar qual é o nosso papel nesse tipo de sociedade e não podemos fazer isso como
simples usuários; temos que ir além e
nos projetarmos como sujeitos que se apropriam do seu tempo para produzir novas significações, um novo
roteiro, um compasso novo, que nos seja próprio – criado na inter-subjetividade.
Qual o caminho que devemos seguir então? Como desenvolver as máximas
habilidades e competências éticas e morais – junto com as habilidades técnicas?