"O homem nasce livre e por toda
parte está acorrentado" (Jean Jacques Rousseau - 1712 - 1778)
O Mercado – símbolo da economia
neo-liberal - é uma criação virtual e na verdade existem vários mercados
constelados a partir de uma empresa, que com a pós-modernidade abandona o
conceito natural e antigo de hierarquia para abraçar o conceito de hierarquias
planas, em Rede com outras empresas, consteladas ao seu redor. São clientes,
fornecedores, terceiros, quarterizados, parceiros, o governo etc. Stakeholders
unidos em Rede, tendo que viver de forma auto-gestionária, fazendo jus à
liberdade, que deveria ser o elemento fundante
da Rede, conectando, (elos de uma corrente) todos à
ética, à moral, às leis e às normas. Mas não é isto que acontece.
Muitos são os exemplos da falta de
conexão com a ética, como os da Apple (1), parceria da Foxconn na China, onde os
operários estão se suicidando, devido a trabalho escravo, ou exemplo como o da
Zara (2) que terceirizou sua confecção para uma micro-empresa em São Paulo, que
recebeu em 2011 24 autos de infração, por promover trabalho escravo. Na verdade
estas empresas querem uma liberdade do estado natural, o que não é possível,
pois esta liberdade não condiz com o status de uma sociedade civil.
Ao sair do estado de natureza e ir viver
em sociedade, o ser humano não é mais livre. Rousseau tem razão, a sociabilidade
exige a organização em sociedade civil, pois onde começa o direito de um,
termina o direto do outro. Estamos acorrentados por todos os lados e temos que
nos mover considerando o bem comum. Na organização em Rede – com
sustentabilidade - vão se desenvolvendo níveis de relacionamento de maior
complexidade e de maior conectividade. A vida em Rede exige uma restrição na
liberdade individual, para que surja o bem comum e a cidadania seja plena.
O conceito "só é bom para mim se for bom para todos" simboliza o bem comum, é resultado do exercício da Cidadania e simboliza uma liberdade baseada em regras, leis, normas, ética e moral. Mas hoje com o individualismo, o egoísmo, a falta de ética, será que estamos voltando ao estado de natureza? Que exige uma liberdade total? Sem restrições? Sem respeito ao próximo? Sem preocupação com o bem comum? Com uma ética instrumental? A serviço de uma economia desligada do meio ambiente e da sociedade?
O conceito "só é bom para mim se for bom para todos" simboliza o bem comum, é resultado do exercício da Cidadania e simboliza uma liberdade baseada em regras, leis, normas, ética e moral. Mas hoje com o individualismo, o egoísmo, a falta de ética, será que estamos voltando ao estado de natureza? Que exige uma liberdade total? Sem restrições? Sem respeito ao próximo? Sem preocupação com o bem comum? Com uma ética instrumental? A serviço de uma economia desligada do meio ambiente e da sociedade?
Cabe a cada um, às empresas e à sociedade em geral escolher o caminho que
deseja seguir: o caminho do estado da natureza, com liberdade total e
irrestrita ou o caminho da cidadania, que nos acorrenta a normas, a leis, à
ética do bem comum e à moral do grupo.
(2) http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1954028