Mary Parker Follett nasceu em Quincy, no ano de 1868, e foi uma autora norte-americana que ficou conhecida como a “profetisa do gerenciamento”. Formou-se em filosofia, direito, economia, serviço social e administração pública.
Como cientista política, assistente social nos anos 20, afirmava que ninguém pode nos dar a democracia, devemos aprender a democracia. Ela dizia que ser democrata é aprender como viver com outros seres humanos. Para ela o indivíduo não é parte do todo, nem uma peça na máquina, nem tampouco um órgão dentro de um organismo; é de um ponto de vista do Todo, ele mesmo.
Follett usava o conceito de grupo com o significado de associação sob a lei da interpenetração. Suas idéias de construção da cidadania são tão avançadas que, publicadas em 1920 sob o título The New State – Group Organization The Solution of Popular Government, são hoje consideradas futuristas e ela está sendo nomeada mundialmente como a profeta do gerenciamento.
Ela sustenta que a organização moderna precisa, acima de tudo, de pessoas capazes de se unir, não das que se unam sem atritos, mas que possam fazer uso de sua união. Destaca que o indivíduo de negócios bem sucedido de hoje é aquele de inteligência cooperativa treinada. Ela afirma que o mundo deposita um grande valor no indivíduo que é capaz de participar de uma reflexão coletiva e de ações unificadas, havendo posições mais altas oferecidas a ele na empresa e no campo político.
Follett usa o conceito de grupo com o significado de associação entre pessoas, sob a lei da interpenetração. Para Follett, em sua natureza, todas as instituições estão latentes e, necessariamente, devem ser adaptadas a essa natureza. Segundo ela, o ser humano, não as coisas, deve ser o ponto de partida para o futuro. Para ela, um cidadão é alguém que ajuda a realizar o propósito para que esta nação exista. Follett afirma que o cidadão deve também ajudar a criar o propósito.
Follett trata dos seguintes assuntos: Como liderar conflitos? É possível prever conflitos? O que são conflitos construtivos?
Follet foi a primeira estudiosa a introduzir o conceito de circularidade na interação dos seres humanos. E o que é a resposta circular? Ela afirma que as relações entre as pessoas estão em constante modificação, que o simples contato entre duas pessoas que se relacionam já altera a forma como cada uma vê uma questão. Ela propõe que há influências recíprocas e que cada nova percepção ao ser recebida irá alterar a forma como pensa, num ciclo contínuo.
E o que é o conflito construtivo? Follett afirma que existem três soluções possíveis para um conflito, seja ele percebido a priori – que é o chamado conflito construtivo – ou a posteriori – que é o conflito danoso. Follett afirma que as divergências são importantes porque revelam uma diferença de opinião que cedo ou tarde se manifestará, de forma danosa ou não.Quais são as três soluções?
A primeira solução seria a DOMINAÇÃO onde somente um dos lados terá suas exigências atendidas, e assim, o conflito será sufocado. A segunda solução diz que os dois lados cederão e um meio-termo será adotado como solução. A CONCILIAÇÃO é uma alternativa nociva já que nenhum dos lados tem suas reivindicações plenamente percebidas atendidas. A terceira solução é a solução ideal proposta por ela, que é a INTEGRAÇÃO, que parte do pressuposto que o conflito existe porque demandas não são atendidas, e essas demandas não devem ser suprimidas, e sim supridas.
Follett diz que as potencialidades do indivíduo permanecem latentes até que elas sejam liberadas pela vida em grupo. Contruir um grupo, saber criar e coordenar equipes interdisciplinares são hoje pontos fundamentais para o sucesso de um projeto, por este motivo, indivíduos e gestores precisam compreender o poder das vizinhanças, o poder do networking, o poder dos grupos de relacionamento.
Follett morreu no Reino Unido em 1933, sete anos depois da morte de sua companheira Isobel Briggs com qual viveu por mais de 30 anos.