segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O fim do Mito da Caverna - Parte II


O professor Paulo Freire explicando sobre como se dá o processo do conhecimento diz que há um primeiro momento que é o da produção de um conhecimento novo, de algo novo. O outro momento é aquele em que o conhecimento produzido é conhecido ou percebido” (gnose).

Paulo Freire afirma que neste segundo momento o sujeito cognoscente desenvolve as qualidades requeridas (cognição) na produção do conhecimento: reflexão crítica; curiosidade; questionamento exigente; inquietação; incerteza. Paulo Freire diz que quando isolamos um momento do outro, - ou seja isolamos conhecimento e cognição - o ato do conhecimento se transforma em uma mera transferência de conhecimento.

Estas considerações filosóficas nos apresentam  - sem sermos reducionista - à realidade que temos de enfrentar:  nós, seres humanos, vemos de forma parcial, ou seja, vemos por sombras e só enxergamos um pouco mais, por acréscimo da visão de outras pessoas; a cultura nos restringe em termos de consciência; não adianta conscientizar a verdade - a verdade não existe; mas vale a pena sair da caverna, ou seja ampliar o conhecimento, o foco da visão, conviver, ouvir os outros, aprender de forma colaborativa. E finalmente – sem querer reduzir a uma métrica sem sentido - não conseguimos juntar conhecimento e cognição, isto não é ensinado nas escolas, porque todos estamos ainda aprendendo.

Há em função disto, crise e insegurança, mas finalmente há a possibilidade de encontrar-se a humildade, a simplicidade, o respeito pelo próximo. É a oportunidade de se unir de forma inconsútil, conhecimento e cognição e  repensar o dogmatismo, deixando-o -  de forma delicada - ao longo dos caminhos que formos trilhando, de forma conjunta.