sábado, 9 de agosto de 2014

Crise na Gestão Pública - O Estado federativo fracassa imperceptivelmente

A Cesp descumpriu a determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ao rebaixar a vazão da usina hidrelétrica do rio Jaguari, que faz parte da bacia do rio Paraíba do Sul. Não fez isto e desobedeceu uma morma da ONS. 

Isto pode causar problemas no sistema de geração de energia da Light. O Rio de Janeiro será afetado. Será desabastecido.

Dos 43 metros cúbicos de água que atravessava a hidrelétrica do Rio Jaguari, a CESP só deixou passar 10 metros cúbicos.

O Rio será afetado e isto -pasmem - por determinação do governo de São Paulo.

Como pode um agente do mercado - a CESP -:descumprir uma recomendação da ONS?

A Pós Modernidade com o seu individualismo, necessita de freios na aplicação dos princípios da Administração pública, pois estaremos diante da gestão episódica, ao invés da gestão unificada.

Em termos éticos será o caos!

O governo de São Paulo queria penalizar os paulistas exigindo economia de água, sob pena de multa. Desistiu, porque houve reclamação geral:

"o governo queria que o povo pagasse a sua ineficiência na gestão hídrica".

Agora quer penalizar o Rio de Janeiro.

Quando será que os gestores públicos de São Paulo vão pensar estrategicamente e elaborar um plano de gestão hídrica? Com ética em toda a Rede de stakeholders?


Neste clima de desmandos e adversidades, o sonho de um Estado Federativo fracassa imperceptivelmente.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O gestor e o vigia - Um desafio para o gerente na Pós-modernidade

A Pós-Modernidade e as relações de Mercado: uma história de ficção? 

Folheio atenta o Jornal e paro em uma afirmação bem cartesiana, ou seja, sem as junturas do Todo. Pergunto-me então: Será que em Descartes está a protoforma da Pós-Modernidade, com sua visão tão individualizada da coisa pública?

Eis o que li:

A Prefeitura do Rio contratou através da Ong Tesloo - (atualmente sob intervenção devido ao escândalo com Rodrigo Bethlem) - a Infornova Ambiental Ltda, que pasmem era a antiga Locanty Comércio e Serviços, que esta sob investigação do Min. Público Federal sob suspeita de fraudes em licitação.

Trocou de nome e através da Ong Tesloo presta serviços à Prefeitura.

Meu espanto como professora e cidadã se dá pela afirmação da Prefeitura:

"Contratei a Ong, mas não vou interferir na escolha de firmas contratadas pela Ong" .

Bom, uma lição que os administradores recebem em seu primeiro dia de aula é que hoje a empresa em Rede trabalha com "stakeholders" , que são por exemplo os terceirizados, quarteirizados. E que a Empresa é sim responsável por todos os nós da Rede, sob pena de se instalar uma anomia, na ausência de uma gestão unificada.

Eu afirmo: Na Pós Modernidade o individualismo será o calcanhar de Aquiles da Ética, e se precisará de bons ADMINISTRADORES, humanos, assertivos, competentes, éticos, com exemplaridade moral.

Talvez deva-se falar aqui no "panóptico" de Jeremy Bentham (1785), pois em tempos de pós-modernidade, a vigilância talvez abra caminhos para uma virtude ética no Mercado. O gestor e o vigia - como um tema integrado - será  o desafio para a nova fronteira, com ética nas organizações e no Mercado.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Legislação e Ética - A definição de incapacidade absoluta

Hoje li um artigo que questiona o fato de um menino que teve o braço arrancado ser tratado como incapaz, pois - segundo o artigo - ele sabe a diferença entre gato e tigre, entre o certo e o errado.
É bom lembrar que esta definição de incapacidade absoluta encontra-se acolhida no Código Civil. que vaza em seu artigo Art. 3o que são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil, (inciso I) - os menores de dezesseis anos.
Esta noção de incapacidade passa pela Ética, antes de ser legal. Uma pessoa é declarada como incapaz, não porque desconhece a diferença entre as coisas, mas porque....
"não consegue avaliar as consequências dos seus atos".
Então estas pessoas e outras como as que sofrem de Mal de Alzheimer são consideradas incapazes, porque não conseguem avaliar as implicações de suas ações sobre o mundo e sobre si mesmo. Não avaliam, nem refletem sobre as consequências de suas práticas.
Como ensinar às crianças a avaliar as consequências de suas práticas. Isto faz parte de uma vivência conjunta pautada na Ética.
A sociedade está preparada para viver no dia a dia a Ética? A avaliar a consequências de suas ações, de sua palavras, sobre a vida, sobre as pessoas, sobre si?
Como se pretende ensinar o que não se sabe?