domingo, 30 de junho de 2013

Hannah Arendt Edgar Morin e Paulo Freire - Uma interlocução necessária

Johanna Arendt - Hannah Arendt - (1906 - 1975) deixou-nos um legado muito importante sobre a condição humana, quando conceitua o sujeito e sua relação com a ideologia vigente, com a cultura, com a mentalidade do povo. De uma certa forma o conceito assemelha-se ao conceito de fato social de Émile Durkheim, ou seja quando nascemos enfrentamos toda uma carga de restrições  linguística, cultural, religiosa que nos forma, conforma e de forma. Entra-se na vida pelas águas do discurso e da ação, e somos na maioria das vezes levados pela correnteza, arrastados pelas ondas culturais.

Hannah Arendt diz: 

“Embora todos comecem a vida inserindo-se no mundo humano através do discurso e da ação, ninguém é autor ou criador da história de sua própria vida. Em outras palavras, as histórias, resultado da ação e do discurso, revelam um agente, mas esse agente não é autor nem produtor. Alguém a iniciou e dela é o sujeito, na dupla acepção da palavra, mas ninguém é seu autor.”

Arendt usa o termo "sujeito" no sentido de "sujeitado"a um discurso, que envolve e restringe. 


Para cotejar a bela conceituação de Hannah Arendt trazemos Edgar Morin e Paulo Freire.


Edgar Morin tem uma bela definição para cultura: Ele diz que é nossa prisão, mas também nosso salto às estrelas. Visto por este ângulo, a sujeição não é definitiva, nem inexorável, e a única porta que Morin vê para a liberdade desta condição humana é o discurso. Há aqui um paradoxo, pois o que aprisiona é o que pode libertar. Não há heróis nesta jornada solitária, há seres humanos que lutam e se libertam.


Quanto a Paulo Freire, o professor registrou a importância do indivíduo tornar-se sujeito, e em sua tomada de consciência, libertar-se da opressão, da ideologia vigente e tornar-se sujeito de si mesmo, tornando-se autor e produtor de sua própria vida.