sábado, 21 de dezembro de 2019

Na sua opinião, como seria o modelo ideal de educação?


Entrevista concedida à Andrea Rangel/O Globo


“A educação não pode ignorar a curiosidade das crianças”
– Edgar Morin
Mudanças profundas ocorreram em escala mundial nas últimas décadas do século 20, entre elas o avanço da tecnologia de informação, a globalização econômica e o fim da polarização ideológica nas relações internacionais.
Diante desse cenário, o sociólogo francês Edgar Morin, hoje com 95 anos, defende que a maior urgência no campo das ideias não é rever doutrinas e métodos, mas elaborar uma nova concepção do próprio conhecimento. No lugar da especialização, da simplificação e da fragmentação de saberes, Morin propõe um dos conceitos que o tornaram um dos maiores intelectuais do nosso tempo: o da complexidade.
Em entrevista, o pensador critica o modelo ocidental de ensino que, segundo ele, separa os conhecimentos artificialmente através das disciplinas. Para Morin, as disciplinas fechadas ensinam o aluno a ser um indivíduo adaptado à sociedade, mas impedem a compreensão dos problemas do mundo e de si mesmo.
Na sua opinião, como seria o modelo ideal de educação?
A figura do professor é determinante para a consolidação de um modelo “ideal” de educação. Através da Internet, os alunos podem ter acesso a todo o tipo de conhecimento sem a presença de um professor.
Então eu pergunto, o que faz necessária a presença de um professor? Ele deve ser o regente da orquestra, observar o fluxo desses conhecimentos e elucidar as dúvidas dos alunos. Por exemplo, quando um professor passa uma lição a um aluno, que vai buscar uma resposta na Internet, ele deve posteriormente corrigir os erros cometidos, criticar o conteúdo pesquisado.
É preciso desenvolver o senso crítico dos alunos. O papel do professor precisa passar por uma transformação, já que a criança não aprende apenas com os amigos, a família, a escola. Outro ponto importante: é necessário criar meios de transmissão do conhecimento a serviço da curiosidade dos alunos. O modelo de educação, sobretudo, não pode ignorar a curiosidade das crianças.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Uma interlocução entre Ricardo Reis (Fernando Pessoa) e Cecilia Meireles

Se fosse possível uma interlocução com Fernando Pessoa, talvez o poeta português dissesse-nos como nos renovarmos em 2019:
"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No minimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."
(Fernando Pessoa (Odes de Ricardo Reis))
ou nos dissesse de uma outra forma...
"Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas,
O resto e' a sombra
De arvores alheias.
(Fernando Pessoa (Odes de Ricardo Reis)

omo emprestado de Cecília Meireles - para mim mesma e para todos - suas palavras sobre Renovação. Que em 2019 sejamos sempre os mesmos, sempre outro:
"Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo".