quinta-feira, 21 de julho de 2016

Começar sempre cada dia como se fosse a primeira vez!

Um dia me vi na estrada
Por caminhos que não desenhei
Obrigada a arrancar os botões internos e externos,
Abracei meu caminho, despi-me das utopias
E Segui
Caminhei com outras roupas, segui sem planos
Comprometida!
E assim sem espelho e sem lago pra me olhar
Eu segui
Caminhei, construí, desfiz tratos
Escrevi livros e
Refiz várias vezes o mesmo caminho
Sem descobrir a incoerência dos roteiros
Hoje em outras estradas, distante do ponto original,
Vejo diante de mim as casas e muros
E abro as gavetas e encontro a vida que vesti
E outras que nunca vivi
Mas tudo está ali como prova de quem fui
E de quem não sou
Meu número!
Minha história?
Está começando agora!
(Regina Moraes - 07/2016)

Qual o papel do brinquedo na vida social de uma criança?

4 em cada 10 roubos são com armas de brinquedos.
Enfim a lei é tão complexa que pelas normas do exército se for de brinquedo e atirar não é arma de fogo. É um simulacro. E pode ser vendida. E o exército disse que foi uma decisão política.
Enfim? Volto a Walter Benjamin que estudou o brinquedo como uma representação social da mente do adulto no imaginário infantil.
É importante estudar o brinquedo e não devemos nos ater ao conjunto de necessidades da criança, mas entender os desejos de afirmacao e conquista dos adultos e a invasão e sequestro que fazem da alma infantil.

Como juntos podemos pleitear um novo desenvolvimento social, político e econômico?

Estou lendo Edgar Morin em Rumo ao Abismo?
Ele traz um contraponto que precisa ser cotejado junto com conceitos da ONU de desenvolvimento sustentável, propostos em 1972.
"Desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades dos seres humanos da atualidade, sem comprometer a capacidade do planeta para atender as futuras gerações".
Mas quem são estes seres humanos que precisam ter hoje suas necessidades supridas, bem como suas gerações futuras? Me parece, pelo que estou lendo, que são as populações reconhecidas e que hegemônicamente detém o poder, bem como seus descendentes.
O filósofo Heidegger afirma que a origem do que hoje acontece está no futuro, ou seja as populações excluídas têm a percepção do que as aguardam no futuro e que não há desenvolvimento possível para elas, nem hoje, nem no futuro.
Precisamos atender ao apelo filosófico de Heidegger, precisamos repensar a vida no planeta, precisamos de um novo desenvolvimento. Não precisamos de desenvolvimento sustentável, nos moldes do Capitalismo do Ocidente.
Chega de exclusão!
É preciso ler, cotejar conceitos, sem ideologias pré-concebidas. É preciso identificar uma Teoria do Conhecimento em torno deste tema, é preciso perceber os aspectos federativos contidos nos cacos do caos.

A escola laica e o papel do professor na formação de uma pluralidade ideológica

Há uma discussão atualmente sobre a escola sem partido ou sem ideologia. 
Na minha visão de professora, ao aluno deve ser dada a possibilidade de ler vários autores dentro de um tema. Por exemplo ler Marx, Heidegger, Bauman, Freire, Edgar Morin, Touraine, Engels, Sennett, Levy. 
O aluno deve aprender a debater idéias diferentes e aprender a se comportar democratimente no debate. Na sociabilidade surge a mente crítica e a democracia, por este motivo  a plualidade de idéias deve ser o pano de fundo do aprendizado acadêmico. A escola laica, é a que prepara para o exercício da cidadania,para a pluralidade político ideológica e para o surgimento de um Estado laico.
O professor não deve levar sua ideologia para a escola e trabalhar a tudo através do seu viés pessoal. o professor deve construir com os alunos uma Teoria do Conhecimento que permita ao aluno sair da sujeição e da reprodução maniqueísta que o afasta do exercício de uma mente crítica.. 
Cabe - nos levar o aluno a pensar. Estimulá-lo a ler vários autores. E conduzir os debates, guiando-os através de suas leituras. O problema é que as vezes, desculpem - me, o professor desconhece a rica bibliografia sobre um assunto. Não sabe conduzir debates e se perde.
Escola sem ideologia significa escola que ensina a pensar e orienta para alem dos antigos marcos ideológicos pessoais. 
Um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é o Pluralismo Político, que simboliza a nossa diversidade político ideológica. O artigo da Constituição Federal nos garante esta pluralidade ideológica, fundamento de um Estado laico. Temos hoje 35 partidos registrados na Justiiça Eleitoral, representando as ideologias que convivem em solo brasileiro. Talvez esta configuração possa ser um exagero.  
Por este motivo, o professor não precisa reduzir a aula a sua própria ideologia, mas deve enriquecer a discussão sobre os assuntos, apresentando as principais versões, teorias, opiniões, ideologias e perspectivas sobre o assunto. 
O Estado laico começa na escola com o professor atento a formação de uma mente crítica.
Como afirma a professora de Teatro Beatriz Nogueira Junqueira "não se deve dar o peixe, mas ensinar o aluno a pescar"