terça-feira, 8 de setembro de 2015

Razão e Consciência




Voltemos a Platão, que afirma que a razão é natural, significando com isso que o seu aprimoramento dá-se na sujeição à cultura. Por outro lado,  sabemos pela Psicologia que existe - em estado evolutivo -  uma habilidade humana orporal chamada consciência, que  exige do ser humano a transcendência, a reflexão.
Quando há um encontro evolutivo entre razão e consciência, entre Zoé e Bios, dá-se o salto transcendental às estrelas, com  as raízes de nossa humanidade enterradas  na imanência da natureza humana, sujeitada à cultura.
Á custo conjeturamos o terrestre, com trabalho encontramos o que está à mão: quem rastreará o que há nos céus? (SABEDORIA, 16)
 Assim, todos estamos envolvidos e o jogo começou faz tempo e sabemos que temos uma vantagem: Aqui e agora, somos nós que desenhamos  as organizações, as religiões, o desenvolvimento tecnológico, as fronteiras, as guerras.
Sófocles (496 a.c. - 406 a.c), um dramaturgo grego, comentava em Antígona:
Todavia, ao se tornar assim senhor de um saber cujos engenhosos recursos ultrapassam toda esperança, ele pode em seguida tomar o caminho do mal como do bem. Que o homem inclua, pois, nesse saber, as leis da sua pólis e a justiça dos deuses, à qual jurou fidelidade! (Sófocles – Antígona – versos 364 a 369)

            Fazendo uma parábola no tempo  e   deixando Sófocles em seu tempo, aportemos  em 1997, para encontramos Guy Debord  em A sociedade do espetáculo, onde ele apresenta a sociedade como sistemas centrados na tecnologia, onde o isolamento fundamenta a técnica.
 O que liga os espectadores é apenas uma ligação irreversível com o próprio centro que os mantém isolados. O espetáculo reúne o separado, mas o reúne como separado” (DEBORD, 1997).
         É lícito acreditar  em uma parceria entre o  Estado e sociedade civil promovendo de forma conjunta a uma forma federativa de mundo, onde as organizações – públicas e privadas - serão celeiros de seres humanos  críticos, autônomos, humanos florescendo e vicejando em cada uma das fronteiras do Planeta.
 Neste tipo de organização federativa, homens e mulheres são finalidade, retomando os sentidos do trabalho, da vida conjunta – em meio a uma economia mais solidária, mais distributiva – que progressivamente inclua e traga riqueza a todos.