Quantas vezes na vida nos questionamos sobre o que
fazer? Ou então nos perguntamos: por que eu? O que foi que eu fiz? O que devo
mudar na minha vida? Todas estas perguntas estão relacionadas com o
conhecimento que temos, com a forma de aprender que usamos, enfim todas estas
questões estão relacionadas com a nossa bagagem, com a nossa forma de ver o
mundo.
A verdade é que somos de um jeito.
Podemos mudar? o que é preciso? Como fazer isto? Desde a Antiguidade grega
que os que amam a sabedoria buscam respostas para estas e outras questões
filosóficas.
O que é e como se dá o conhecimento na
mente da pessoa? É possível um conhecimento verdadeiro? É possível conhecer a
verdade? Estas são as questões que fundamentam a Teoria do Conhecimento ou
Epistemologia, que é uma disciplina filosófica.
Cada teoria que busca estudar o
conhecimento constitui uma reflexão filosófica que busca investigar o que é e
como se dá o conhecimento.
Dentro deste contexto destaca-se a nossa
consciência - ou seja a consciência de um sujeito -
e de outro lado - o objeto. O conhecimento se dá quando a
pessoa consegue apreender o objeto e representá-lo mentalmente. Dependendo da
corrente filosófica, será dada mais ênfase ao sujeito - caso do Idealismo -
ou ao objeto - Realismo ou Materialismo.
No caso da corrente filosófica "Idealismo",
acredita-se que os objetos, os fenômenos são construídos na mente do indivíduo
e são representados, entendidos, percebidos - de acordo com o
conhecimento, de acordo com a capacidade de percepção da pessoa. Ou seja, nesta
corrente, acredita-se que a pessoa perceba o mundo com suas idéias. Se for um
dogmático, ao perceber o mundo, interpretará os fatos de tal forma, que pensará
que só ele sabe tudo. Por outro lado, se for um cético, interpretará os fatos
pensando que nada tem jeito.
Platão era um dogmático porque achava
que fora da caverna se encontraria o conhecimento, a verdade e não admitia
dúvidas quanto a isto.
Nesta corrente do Idealismo, acredita-se
que a pessoa viva e perceba o mundo com o que sabe.
A educação se funda no Idealismo porque
acredita que cada aluno tem um “vivido”, um “percebido” e um
"concebido". Para a educação, a ênfase é no sujeito, no aluno e é
importante saber como o aluno interpreta um um objeto, fato ou um fenômeno.
Já para o 'Realismo' as
percepções que temos são reais, verdadeiras. Aqui não se discute o lado
subjetivo do indivíduo. A ênfase é no objeto. Aqui o sujeito interpreta o
que vê e o que interessa aqui é o que ele está vendo.
Veja um exemplo, no passado remoto, a
humanidade possuía um conhecimento e percebia uma queda d’água como um
fenômeno que servia para tomar banho, para cozinhar, para beber, para lavar os
objetos. Ou seja aquele fenômeno era o que era. Apenas uma queda d’água. Era o Realismo imperando
na mente dos povos.
Mas um dia alguém olhou para queda
d’água e pensou que aquele objeto poderia gerar energia e criou o
monjolo, tecnologia para moer o grão. Ou seja, a queda d’água passou a ser
observada a partir de um outro conhecimento, uma outra bagagem. Era o Idealismo se
insurgindo no pensamento humano. Ou seja o sujeito apto a alavancar o
conhecimento, a partir do seu conhecimento acumulado.
Ou seja Realismo e Idealismo são formas
que a nossa mente utiliza para avançar no entendimento das coisas. Primeiro
vemos um objeto, um fenômeno como ele é, depois, com o tempo, vamos percebendo o fato, o objeto, o fenômeno, do nosso
jeito, com o conhecimento que temos. É o idealismo. Neste momento cada um
interpreta de um jeito.
No filme “the black hole” o sujeito vê o
desenho, vê o que é (Realismo), mas ao concebê-lo (Idealismo) fica preso num
conhecimento parcial, particular, pobre.
Na verdade podemos dizer que Realismo e
Idealismo são formas paradigmáticas de chegarmos ao conhecimento.