quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Boaventura de Souza Santos - A consciência e a Mente mais ampla

A Mecânica Quântica coloca a consciência no ato do conhecimento, significando com isso que nós conhecemos na medida do que sabemos, portanto todo conhecimento é finito, porque só vai até onde a nossa consciênncia permite que enxerguemos.

Nietzsche advertia que nossas lentes são fornecidas pela cultura e nossos sentidos nos envolvem na mentira. Ele dizia que somos aranhas em uma teia que só apanha o que se deixa apanhar, ou seja, os sentidos captam o que a cultura ensina a apanhar.


O Professor Boaventura Santos conceitua a consciência para além do paradigma da Mecânica Quântica, em um conceito a partir do qual a conciência não está no homem ou na mulher, mas se estende a todo o universo. Isso significa que há uma orquestração entre sujeito, ato de conhecimento e objeto, ou seja no ato do conhecimento vemos de acordo com o que sabemos e o objeto se mostra na medida de nosso conhecimento.

Há uma dimensão psíquica na natureza, uma mente mais ampla e Boaventura Santos cita Bateson, que diz que a mente é apenas uma parte da Mente mais ampla, ou seja a mente humana é imanente (1) ao sistema social global e à ecologia planetária que alguns chamam de "Deus".


(1) A mente humana é  influenciada pelo sistema social global e por uma ecologia planetária. Parafraseando Nietzche: somos aranhas em uma teia que só apanha o que se deixa apanhar, ou seja, os sentidos captam o que a Mente "mais ampla" ensina a apanhar.