quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A piada que circula na Internet: Nasce um costume resultado da convivência espontânea no Facebook

Há uma piada circulando na Internet  sobre uma jovem no Paraná, que conquistou na justiça o direito de receber pensão do ex-namorado por conta do status no Facebook. 

A piada relata o caso em que um  juiz de nome Antonio Nicolau Barbosa Sobrinho tomou como base os perfis no Facebook, onde o casal se declarava em um “relacionamento sério”, o que configura que teriam de fato um compromisso moral entre si. 

Ressalte-se que  a piada é interessabte pois em um quadro de união estável não há necessidade de celebração do casamento civil. A ficção relata que o juiz fixou pensão alimentícia de R$ 900 e a divisão do valor de um veículo Celta, ano 2007 adquirido após o início do relacionamento. Relata também que o juiz orientou aos jovens casais que só declarem relacionamento sério nas redes sociais caso exista real desejo de constituição familiar. Segundo ele, “perfis e postagens em redes sociais podem ter o mesmo valor que uma certidão de casamento”.

Deixando de lado a ficção e a piada é bom resaltar que é assim que nasce um Costume, fonte direta ou primária do Direito. Não é certo ou errado, é o costume, fonte do Direito que nasce de forma espontânea, como resultado das relações sociais. É fruto da convivência de um grupo social e de uma prática reiterada no tempo nas relações que se establecem dentro do grupo.

Os japoneses têm uma frase  muito interessante sobre a piada:
___A piada é um furo no muro por onde a verdade passa assobiando!


Duas culturas em sala de aula: periferia e mercado

Ser professor é saber lidar com as diferenças em sala de aula e buscar que cada aluno aprenda o lado técnico da Disciplina, mas sem deixar de lado o patamar humano no qual a Disciplina se funda e que deve obrigatorimente ser passada pelo professor, sob pena de uma compreensão errada dos alicerces da profissão.
Os alunos oriundos da periferia ou de famílias de operários não têm a linguagem dos alunos que Vêm de famílias da classe média, que usam uma linguagem mais sofisticada, uma linguagem de Mercado.
O professor tem que delicadamente construir uma ponte entre estas duas culturas: cultura da periferia (que é a cultura do operário) e a cultura de mercado. A sociedade capitalista propôs de forma tácita esta divisão, onde mérito e competição são seus elementos fundantes. No entanto, um povo inteiro ao redor do.mundo - oriundos da periferia, oriundos de famílias de operários -  têm uma outra linguagem, rica em metáforas, signos. Não se pode destruir esta cultura do povo. O professor tem que delicadamente construir uma ponte entre periferia e mercado. Culturas não se comparam. Não existe certo ou errado, existe sim o adequado ou inadequado, dependendo de onde você está. Por esse motivo é preciso aprender novas formas de ser, fazer, conviver.
Hoje quando o aluno oriundo da cultura da periferia entra em sala de aula, a proposta mais espontânea é queimar a ponte e levá-los para a cultura de Mercado. E para isso a bandeira da sociabilidade (?) é a competição e o mérito. Paulo Freire rejeita isto.
Se quisermos discutir o livro "Por uma vida melhor",  vamos ter que convidar à mesa de debates as ideias do eminente professor Paulo Freire e as propostas da Professora Magda Soares em "O fracasso nas escolas".
Paulo Freire dizia que “A educação é um ato de amor” , assim nao pode ser uma farsa. Nao podemos temer o debate e nem fugir à discussão criativa, no que se refere ao fracasso escolar, porque não é ó um indivíduo que fracassa, é todo um grupo de pessoas. Deve ter algum coisa errada que deve ser entendida e soucionada.
O vídeo abaixo circula livremente pelo Facebook, razão pela qual está aqui citado. Mas considero um equívoco a crítica que fazem, pois embora sejam excelentes jornalistas, não são professores.
Sou Freireana, Sou Darcy Ribeiro, não estou sozinha.

https://www.facebook.com/rosana.fontes.184/videos/10204321346113330/