quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Duas culturas em sala de aula: periferia e mercado

Ser professor é saber lidar com as diferenças em sala de aula e buscar que cada aluno aprenda o lado técnico da Disciplina, mas sem deixar de lado o patamar humano no qual a Disciplina se funda e que deve obrigatorimente ser passada pelo professor, sob pena de uma compreensão errada dos alicerces da profissão.
Os alunos oriundos da periferia ou de famílias de operários não têm a linguagem dos alunos que Vêm de famílias da classe média, que usam uma linguagem mais sofisticada, uma linguagem de Mercado.
O professor tem que delicadamente construir uma ponte entre estas duas culturas: cultura da periferia (que é a cultura do operário) e a cultura de mercado. A sociedade capitalista propôs de forma tácita esta divisão, onde mérito e competição são seus elementos fundantes. No entanto, um povo inteiro ao redor do.mundo - oriundos da periferia, oriundos de famílias de operários -  têm uma outra linguagem, rica em metáforas, signos. Não se pode destruir esta cultura do povo. O professor tem que delicadamente construir uma ponte entre periferia e mercado. Culturas não se comparam. Não existe certo ou errado, existe sim o adequado ou inadequado, dependendo de onde você está. Por esse motivo é preciso aprender novas formas de ser, fazer, conviver.
Hoje quando o aluno oriundo da cultura da periferia entra em sala de aula, a proposta mais espontânea é queimar a ponte e levá-los para a cultura de Mercado. E para isso a bandeira da sociabilidade (?) é a competição e o mérito. Paulo Freire rejeita isto.
Se quisermos discutir o livro "Por uma vida melhor",  vamos ter que convidar à mesa de debates as ideias do eminente professor Paulo Freire e as propostas da Professora Magda Soares em "O fracasso nas escolas".
Paulo Freire dizia que “A educação é um ato de amor” , assim nao pode ser uma farsa. Nao podemos temer o debate e nem fugir à discussão criativa, no que se refere ao fracasso escolar, porque não é ó um indivíduo que fracassa, é todo um grupo de pessoas. Deve ter algum coisa errada que deve ser entendida e soucionada.
O vídeo abaixo circula livremente pelo Facebook, razão pela qual está aqui citado. Mas considero um equívoco a crítica que fazem, pois embora sejam excelentes jornalistas, não são professores.
Sou Freireana, Sou Darcy Ribeiro, não estou sozinha.

https://www.facebook.com/rosana.fontes.184/videos/10204321346113330/

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