No
passado, o ser humano também buscou entender a vida, e se criavam de forma
coletiva, compartilhada, histórias fantásticas, com personagens
mágicos, fantasmagóricos, avassaladores. Era o exercício primário da espiritualidade,
onde magia e medo tomavam conta da mentalidade humana. Este universo espiritual
era povoado de lendas e mitos.
Este universo espiritual mágico espelhava a vida coletiva, e é muito
interessante estudar os personagens míticos também como representação da
sociedade.
Observem a sereia, uma mulher sedutora, linda, mas sem as pernas. O
papel social que lhe ofereciam era de seduzir, desencaminhar os homens
com sua beleza, com a sua voz; ou o saci-pererê, um negro de uma perna só, cujo
papel era ser engraçado, e que não amedrontava ninguém. Que histórias políticas
e sociais estão contidas nestes mitos e lendas?
Lembrem-se que estes mitos e lendas convivem até hoje no imaginário
popular e dá uma bela reflexão estudar os mitos e lendas a partir de uma sociologia dos mitos. O mito não morreu, continua vivo em seu lugar interior, compondo o grande mosáico sócio-espiritual da alma humana.
Mas...historicamente, a partir do século VII A.C. com a Filosofia
surgem novos questionamentos: Quem somos nós? O que é o universo? O que é a verdade?
O Mito passa a dividir um espaço com a Ciência e as religiões
monoteístas.
Daí é que se tem o Mito da Caverna, uma alegoria sobre a busca do
conhecimento.
Platão criou este mito para explicar a importância do conhecimento
no desenvolvimento do ser humano. A alegoria por ele criada de uma caverna é
bem interessante, pois ele quis mostrar que cada um de nós fica preso no seu
próprio conhecimentto, acreditando em sombras da verdade, enquanto a sabedoria
estaria fora da caverna.
Hoje sabemos que a verdade não existe, o que existe são
interpretações pessoais de um fato. Para Platão a verdade está fora da
caverna. Hoje sabemos que cada pessoa interpreta os fatos do seu jeito e
dizemos que existem muitas "verdades".
Fazemos pate de muitas cavernas: escolas, templos, clubes, cultura.
O importante é sabermos que podemos ir além das cavernas, não para
encontrar verdades, porque elas não existem. Mas para encontrarmos a nós mesmos.
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