Falar sobre Ética e Responsabilidade Social em épocas de Capitalismo chamado selvagem, requer que analisemos os fatos a partir de uma percepção de conjunto. E neste ponto surge o conceito de solidariedade orgânica, que simboliza que todos nós estamos comprometidos ou associados na extensa divisão social do trabalho, ao redor do mundo.
Por exemplo: Eu não planto café, nem transporto o café para o mercado, nem trabalho no mercado, mas todos os dias tomo café, cujo pó alguém comprou para me servir o café, seja no trabalho, na rua ou em casa. Este é um pequeno exemplo, mas imagine toda a solidariedade orgânica que envolve o mundo. Dependemos uns dos outros, nesta cadeia produtiva sem fim, ao redor do planeta.
O sociólogo Émily Durkheim estudou a solidariedade orgânica e a divisão do trabalho ligada a esta solidariedade. Em suas pesquisas verificou que a modernidade nos trouxe uma indústria com muitas tecnologias, o que permitiu que o trabalho se dividisse ao longo de uma cadeia produtiva, que se perde de vista através das Redes e fronteiras.
A partir deste estudo podemos ir mais longe em nossas observações e análises. Criou-se a terceirização, a quarteirização e os trabalhadores perderam os sentidos do que estão fazendo nesta cadeia produtiva tão complexa. Esta complexidde criou e adensou cada vez mais o que Durkheim chama de anomia, ou seja um trabalho sem o sentido de enriquecer a identidade da pessoa, um trabalho que se funda no lucro, apenas. Vida e trabalho se desconectaram.
Mas tudo isto não deve ser analisado como uma caça às bruxas, não existem culpas, mas uma cultura capitalista, muitas vezes irresponsável e anti-ética que se dissemina ao redor do planeta .
Convém, neste momento, que cada um de nós faça uma reflexão sobre os próprios atos.
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