Era sábado à tarde e estávamos cansados da passagem do ano; estávamos de volta para vivermos novas oportunidades e experiências, e de volta, do percurso longo que havíamos feito, estávamos atravessando as areias escaldantes do deserto. Eu como sempre, grafea do grupo, narrava os fatos no papel, conforme meu olhar sobre a realidade.
O sol brilhava ao chegarmos perto da cidade e de repente o Mestre entrou numa loja de arreios.
—-Tem ilhoses, couro, tinta, cordão de sapato? O dono da loja disse que sim.
O Mestre olhou e disse;
—-Por quê homem, não fazes logo um sapato? Era a segunda vez que o Mestre fazia a mesma pergunta e eu, a grafea, anotei isto.
Acontece que Nantes foi ficando para trás. O Mestre quis saber o que ocorria e Nantes disse que seus sapatos estavam furados e que caminhar nas areias escaldantes estava difícil. Disse que iria depois que o sol baixasse.
Ouvindo e vendo o que se passava, o Mestre sentou-se ao lado de Nantes e trocou os sapatos com ele.
Assim, eis como eu a grafea, escrevi sobre o evento:
O líder vestiu o sapato de Nantes e o grupo não se dispersou, pois todos ficaram aguardando. Isto fez com que não se deixasse ninguém para trás e assim, alcançamos a finalidade do trabalho que fomos fazer e que ao final quase se perdeu, pela falta de recursos de Nantes, que embora seja estranho, não tenha dinheiro para comprar para si um sapato.
Aforisma: Um líder troca muitas vezes de sapatos com sua equipe .
(Regina Moraes)
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