Walter Benjamim, filósofo judeu do século XX,
falava do imaginário infantil e de como este é cooptado pelo adulto, na
fabricação do brinquedo. A verdade é que no mundo infanto-juvenil o imaginário
não é preenchido pelas crianças e jovens, que quando criam sonhos, pistas
e castelos imaginários, o fazem com os artefatos criados pelos adultos, o
que exige do adulto uma transparente responsabilidade ética.
Essa discussão hoje
precisa recair sobre a narrativa inventada pelo adulto sobre "kid digital
influencer". A questão é o apelo à criança e ao jovem para serem
influenciadores digitais em troca de dinheiro e produtos para os adultos, que
esvaziados de sentido, recorrem ao imaginário infanto-juvenil, "ainda em
formação".
Este debate
precisa ser feito, há riscos nessa exposição descompromissada, pois as
habilidades cognitivas da criança e do jovem estão em pleno desenvolvimento
de valores e dependem de uma convivência protetiva, progressiva e afetiva
com os adultos.
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