quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Paulo Freire - Pedagogia da Esperança


Paulo Freire comentando sobre a ideologia do descaso, que considera que o povo escolhe ser inculto, pobre e morar na rua, porque quer.

"Num primeiro momento a luta pela unidade na diversidade que é obviamente uma luta política, implica a 
mobilização e a organização das forças culturais em que o corte de classe não pode ser desprezado, no sentido da ampliação e no do aprofundamento e superação da democracia puramente liberal.

 É preciso assumirmos a radicalidade democrática para a qual não basta reconhecer-se, alegremente, que nesta ou naquela sociedade, o homem e a mulher são de tal modo livres que têm o direito até de morrer de fome 
ou de não ter escola para seus filhos e filhas ou de não ter casa para morar. O direito, portanto, de morar na rua, o de não ter velhice amparada, o de simplesmente não ser. 

É imperioso irmos além de sociedades cujas estruturas geram ideologia de acordo com a qual a responsabilidade pelos fracassos e insucessos que elas mesmas criam pertence aos fracassados enquanto indivíduos e não às estruturas ou à maneira como funcionam essas sociedades. 


Se os garotos negros não aprendem bem o inglês a culpa é deles, de sua incompetência "genética” e não da discriminação a que são submetidos, de raça e de classe, e não do elitismo autoritário com que se pretende impor o "padrão culto”, elitismo, no fundo, irmão gêmeo do desrespeito total ao saber e ao falar populares. 


É o mesmo que ocorre no Brasil, Os meninos e as meninas dos morros e dos córregos não aprendem porque são, de nascença, incompetentes. 


Estes foram alguns dos temas debatidos em Pedagogia da Esperança, por Paulo Freire.


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