domingo, 22 de maio de 2016

O povo não quer só arte pra ver o artista cantar ou fazer um filme, o povo quer arte pra ver seu filho fazendo um filme

Olha a força política dos artistas brasileiros: conseguiram reverter uma determinação do novo governo.
Então, peço como cidadã que de agora em diante não existam mais subsídios a projetos para financiar artistas para cantarem ou para financiar filmes para atores se promoverem.
Minha sugestão é que artistas e Ministério da Cultura invistam em projetos sustentáveis de arte, levando empregabilidade aos jovens pobres com projetos de cinematografia, circo, cinema, teatro que os ensine a fazer cultura unindo trabalho, lazer e cultura como preconiza Domenico de Mazi. Esses jovens têm tempo livre demais, muito ócio; segundo conceito de de Mazi.
Os jovens estão há muito tempo sem projetos de formação política e cultural. A ocupação é uma forma de inserção na política.


Mas deveriam haver outros projetos culturais como os que citei acima. E os governos não têm olhado por este ângulo. Nenhum deles. Falo porque fiz desta forma e sei que é possível levar a uma reflexão crítica e política, através de trabalho, lazer e arte.  Eu queria ver nossos artistas se envolverem juntos em trabalhos como estes, já que estamos falando de uma cultura na qual há fome, pobreza, uma cultura onde temos pedofilia, tráfico de crianças, uma cultura sexista. Mas este projeto cultural de mudança nas formas de existir em sociedade, dá trabalho. E o principal, olha pra fora, para as necessidades das famílias desabastecidas, olha para as carências da população infantil pobre.
O povo não quer só arte pra ver o artista cantar ou fazer um filme, o povo quer arte pra ver seu filho fazendo um filme, tocando um instrumento, fazendo teatro. O povo quer pão, comida e quer segurança e quer suas crianças em segurança. Arte, conforme estes artistas da atualidade concebem dá, antes de mais nada, dinheiro ao artista e projetos culturais como estes abaixo, dão vida ao povo.

E é uma pena este levante todo dos artista brasileiros  em prol de uma cultura instrumental voltada para si mesmo. Há um outro tipo de cultura  de compartilhamento, na qual se pode  incentivar a empregabilidade de jovens da periferia. Projetos culturais de cinematografia para jovens pobres, por exemplo. E não me digam que é difícil ou impossível. Eu já fiz isto junto com dezenas de professores. E éramos pessoas desconhecidas, sem nenhum subsídio público ou privado, mas éramos apaixonados pela Cultura, Cidadania e Educação. 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O conceito de banalidade do mal em Hannah Arendt

"A humanidade e a competência do ser humano no trabalho devem sempre ser tratados como um objetivo a ser progressivamente alcançado, nunca um simples meio no alcance de resultados " . (parafraseando Immanuel Kant)


O nazismo não foi obra de um louco ou de um psicopata, segundo Hannah Arendt o nazismo foi obra de uma sociedade que banalizou o mal. Ela afirmava que o Estado nazi — não tinha nada de “demoníaco”, e nem de “psicopatológico”, mas era produto ou consequência do “consentimento” dado por homens e mulheres completamente “normais. Eu afirmo que dizer que Hitler e os nazistas são loucos é banalizar o mal.

"Na visão de Hannah Arendt (...) Eichmann era “uma pessoa completamente normal” (sic), no seguimento da ideia segundo a qual o Estado nazi — segundo Arendt — não ter nada de “demoníaco”, e nem ser, pior ainda, “psicopatológico”, mas, em vez disso, ser apenas — segundo Arendt — o produto ou consequência do “consentimento” dado por homens e mulheres completamente “normais, tal como  Eichmann”.(Em Hannah Arendt e o seu conceito de banalidade do mal.
Para Hannah Arendt,  qualquer pessoa que se recuse a assumir a responsabilidade coletiva pelo mundo não deveria ter crianças e é preciso proibi-la de tomar parte na educação".

Peter Berger, um sociólogo judeu estudou "a sociedade no homem " mostrando o que ele chamou de processo de criação de marionetes e também sublinhando que esta restrição educativa pode ser vencida pela crítica. Ou seja a sociedade aprisiona, mas o indivíduo pode se libertar e ganhar autonomia, através da crítica, num processo individual de interiorização, percepção e crítica.

O sociólogo francês Emile Durkheim falou algo semelhante quando descreveu os processos culturais como fatos sociais e conceituou que, em sociedade, estes fatos são como pedra sobre as pessoas, e através de uma educação confinada formam-se reprodutores ideológicos, marionetes de uma crença. Estes indivíduos assim forjados não são bons nem maus, são marionetes, robôs a serviço de uma ideologia.

Paulo Freire chamava de educação bancária a voltada para criar reprodutores sociais, capados de pensamento critico.

domingo, 15 de maio de 2016

O significado de Teleologia

Para mim, o significado de Teleologia em versos, poderia ser este. É a História sendo construida a muitas mãos.
Ninguém tem culpa
daquilo que não fomos.
Não ouve erros.
Nem cálculos falhados.
Sobre a estipe de papel;
Apenas não somos os calculistas.
Porem os calculados.
Não somos os desenhistas.
Mas os desenhados.
E muito menos escrevemos versos.
E sim somos escritos.
.....
Autor: (Paulo Bonfim)
Fernando Pessoa explica: Eu sou uma tela em branco e oculta mão colora a vida em mim".

Sobre o Conceito de História (Walter Benjamin):

Precisamos de um pouco ou muito de Filosofia, hoje e sempre. E a Filosofia nunca traz paz ao coração, traz indagações, que não cessam; traz desassossego que acelera o coração; traz a dúvida que nos torna menos dogmáticos.
Sobre o Conceito de História (Walter Benjamin):
"O anjo da história, o seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. 

Essa tempestade é o que chamamos progresso".



Dez Erros do líder, ou seja, tudo o que um líder não deve fazer:


1. Não compartilhar o poder
2. Não dar autonomia à equipe
3. Não ouvir
4. Não dialogar
5. Não transmitir confiança
6. Não se desculpar
7. Não perdoar
8. Diante dos erros cometidos não rever as suas posições
9. Não avaliar as consequências dos atos praticados
10. Não aceitar críticas e como consequência não assumir na integralidade que errou e assim, não mudar sua forma de ser, pensar e fazer


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A piada que circula na Internet: Nasce um costume resultado da convivência espontânea no Facebook

Há uma piada circulando na Internet  sobre uma jovem no Paraná, que conquistou na justiça o direito de receber pensão do ex-namorado por conta do status no Facebook. 

A piada relata o caso em que um  juiz de nome Antonio Nicolau Barbosa Sobrinho tomou como base os perfis no Facebook, onde o casal se declarava em um “relacionamento sério”, o que configura que teriam de fato um compromisso moral entre si. 

Ressalte-se que  a piada é interessabte pois em um quadro de união estável não há necessidade de celebração do casamento civil. A ficção relata que o juiz fixou pensão alimentícia de R$ 900 e a divisão do valor de um veículo Celta, ano 2007 adquirido após o início do relacionamento. Relata também que o juiz orientou aos jovens casais que só declarem relacionamento sério nas redes sociais caso exista real desejo de constituição familiar. Segundo ele, “perfis e postagens em redes sociais podem ter o mesmo valor que uma certidão de casamento”.

Deixando de lado a ficção e a piada é bom resaltar que é assim que nasce um Costume, fonte direta ou primária do Direito. Não é certo ou errado, é o costume, fonte do Direito que nasce de forma espontânea, como resultado das relações sociais. É fruto da convivência de um grupo social e de uma prática reiterada no tempo nas relações que se establecem dentro do grupo.

Os japoneses têm uma frase  muito interessante sobre a piada:
___A piada é um furo no muro por onde a verdade passa assobiando!


Duas culturas em sala de aula: periferia e mercado

Ser professor é saber lidar com as diferenças em sala de aula e buscar que cada aluno aprenda o lado técnico da Disciplina, mas sem deixar de lado o patamar humano no qual a Disciplina se funda e que deve obrigatorimente ser passada pelo professor, sob pena de uma compreensão errada dos alicerces da profissão.
Os alunos oriundos da periferia ou de famílias de operários não têm a linguagem dos alunos que Vêm de famílias da classe média, que usam uma linguagem mais sofisticada, uma linguagem de Mercado.
O professor tem que delicadamente construir uma ponte entre estas duas culturas: cultura da periferia (que é a cultura do operário) e a cultura de mercado. A sociedade capitalista propôs de forma tácita esta divisão, onde mérito e competição são seus elementos fundantes. No entanto, um povo inteiro ao redor do.mundo - oriundos da periferia, oriundos de famílias de operários -  têm uma outra linguagem, rica em metáforas, signos. Não se pode destruir esta cultura do povo. O professor tem que delicadamente construir uma ponte entre periferia e mercado. Culturas não se comparam. Não existe certo ou errado, existe sim o adequado ou inadequado, dependendo de onde você está. Por esse motivo é preciso aprender novas formas de ser, fazer, conviver.
Hoje quando o aluno oriundo da cultura da periferia entra em sala de aula, a proposta mais espontânea é queimar a ponte e levá-los para a cultura de Mercado. E para isso a bandeira da sociabilidade (?) é a competição e o mérito. Paulo Freire rejeita isto.
Se quisermos discutir o livro "Por uma vida melhor",  vamos ter que convidar à mesa de debates as ideias do eminente professor Paulo Freire e as propostas da Professora Magda Soares em "O fracasso nas escolas".
Paulo Freire dizia que “A educação é um ato de amor” , assim nao pode ser uma farsa. Nao podemos temer o debate e nem fugir à discussão criativa, no que se refere ao fracasso escolar, porque não é ó um indivíduo que fracassa, é todo um grupo de pessoas. Deve ter algum coisa errada que deve ser entendida e soucionada.
O vídeo abaixo circula livremente pelo Facebook, razão pela qual está aqui citado. Mas considero um equívoco a crítica que fazem, pois embora sejam excelentes jornalistas, não são professores.
Sou Freireana, Sou Darcy Ribeiro, não estou sozinha.

https://www.facebook.com/rosana.fontes.184/videos/10204321346113330/