Jung com muita delicadeza afirmou que nascemos originais e morremos cópias. Olhando por este ângulo podemos dizer que somos realmente tábulas rasas e que a sociabilidade vai colorindo a vida em nós. Perfeita esta afirmação de Jung, pois somos seres sociais e aprendemos uns com os outros, um aprendizado colaborativo que nos torna cópias recíprocas. Temos mais dos outros do que gostaríamos de ter, a ponto de William Reich dizer que "João quando fala de José fala mais de João do que de José".
Seguindo esta pista e ampliando o foco de visão, é bom trazer Edgar Morin, que diz que o contrário de uma verdade é outra verdade tão profunda quanto a primeira. Assim, por outro lado, se observarmos o "ser" pelo ângulo do inatismo podemos afirmar que nascemos cópias e morremos originais.
Segundo o inatismo, há uma herança de talentos, capacidades, habilidades, que foram tecidas na sociabilidade das gerações e nos foram transmitidas na herança biológica e espiritual, fazendo-nos - desde o nascimento - cópias uns dos outros - numa transação que vai ao mil avô. É a nossa existência - num exercício de autoconhecimento - que nos dará a oportunidade de nos tornarmos originais, se conseguirmos ir além da cultura e neste exercício, conseguirmos dar o salto às estrelas.
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