sexta-feira, 11 de maio de 2012

Conhecimento inato ou adquirido?

A maioria dos filósofos já se debruçou sobre esta discussão: O conhecimento vem de nossas reflexões e buscas? Ou o adquirimos através da experiência?


Tanto Sócrates como Platão eram inatistas. Sócrates inclusive criou uma metodologia de aprendizagem  chamada " maiêutica", que significa parto . E o jeito socrático de ensinar e aprender era muito sensível, pois ele saia com seus discípulos caminhando pelas ruas e diante do espetáculo da vida, perguntava a cada um, buscando partejar a consciência, o que era cada coisa que se via.


Platão apresenta sua Teoria do conhecimento no Mito da Caverna e aponta que o ser humano pode encontrar a verdade, através da consciência de si mesmo, pois para ele o conhecimento era inato


Inúmeros filósofos discordaram destas idéias e trouxeram os conceitos do conhecimento como adquirido através da experiência - um conhecimento empírico, adquirido no viver, no experimentar, no medir. John Locke, empirista,  reconhece no entanto que há umas faculdades inatas, como o raciocínio matemático. 


Hoje, como sempre, nos perguntamos, à moda inatista: quem somos nós? O que é o ser humano? O que é a vida? E meditamos, refletimos e as respostas que obtemos no mais profundo de nós mesmos, nos convidam a abrir os olhos para observar o contexto à volta,  buscando as respostas para o nosso papel na vida, alternativas de solução que só  surgem do embricamento entre os dois tipos de conhecimento. Ou seja temos que nos permitir transitar pelas misteriosas estradas do conhecimento.


Nossa razão mais alta nos orienta hoje a integrar os dois tipos de conhecimento: o inato e o empírico ou adquirido, para realizarmos o mundo cujo modelo touxemos dentro de nós, desde o início dos tempos (inatismo). No entanto o modelo realizado ainda é um rascunho - e é primitivo - deixando perceber que temos que imprimir mãos à obra, para darmos ao modelo as tintas necessárias ao acabamento da obra (empirismo).


Que tenhamos sucessos e saibamos transitar por esses caminhos interno e externo. E como disse Carlos Drumond de Andrade: Vamos juntos, não nos separemos muito!


Parte do poema de Carlos Drumond está abaixo. Suas palavras cristalinas e sensíveis remetem ao conhecimento empírico.


(...) Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos,
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

(...) O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.




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