Associado à Escola de Frankfurt e à Teoria Crítica, foi inspirado pelo místico judaico Gerschom Scholem.
Ele afirmava que há laços entre vida e palavra, evidenciando que a consciência decorre das práticas sociais e culturais da educação não formal. Ele dizia que “esse caráter de comunidade entre vida e palavra apóia-se na organização pré-capitalista do trabalho, em especial na atividade artesanal". Afirmava que "o artesanato permite, devido aos seus ritmos lentos e orgânicos, em oposição à rapidez do processo do trabalho industrial, e devido a seu caráter totalizante, em oposição ao trabalho fragmentário do trabalho em cadeia, por exemplo, uma sedimentação progressiva das diversas experiências e uma palavra unificadora".
Walter Benjamin tem razão, pois "o ritmo do trabalho artesanal se inscreve em um tempo mais global, tempo em que se tinha justamente, tempo para contar".
De acordo com ele, "os movimentos precisos do artesão, que respeita a matéria que transforma, têm uma relação profunda com a atividade narradora: já que esta é também, de certo modo, uma maneira de dar forma à imensa matéria narrável, participando assim da ligação secular entre a mão e a voz, entre o gesto e a palavra”. (Gagnebin, Apud Walter Benjamin, 2008, 10 e 11 - Magia e Técnica - Arte e Política).
Walter Benjamin afirma que quando este fluxo que liga mão e voz se rompe, quando não há mais a transmisão de uma experiência, porque as pessoas não se interessam mais umas pelas outras, cada uma passa a viver de forma isolada e neste compasso memória e tradição já não mais existem e o indivíduo se torna isolado. Assim, seguindo desorientado e com base somente em seus próprios recursos pessoais, desorienta-se e não tem mais com quem compartilhar. e torna-se um desaconselhado.
Nesta nova fronteira de tempo, precisamos de novas narrativas, novas fabulações pois as grandes narrativas como a globalização; trabalho para todos, não funcionam mais. Nós teremos que reinventar a vida e construir novos sonhos, num ato criativo de bricolagem de símbolos, significados e valores passíveis de reinvenção permanente e de experimentação livre” (BECK ; BECK-GERNSHEIM E ALAIN EHRENBERG, Apud BENDASSOLI, 2007, 294 - Trabalho e Identidade
Parafraseando Benjamin, a narração não é de modo algum um produto só da voz. A alma, o olho e a mão definem uma prática e esta nos deixou de ser familiar, porque o trabalho produtivo foi sendo transformado em tecnologia e o lugar que o trabalho ocupava durante a narração está agora vazio. Sua voz se calou!
Na verdade o narrador é a figura na qual o humano se encontra consigo mesmo e sem narrativas (conjuntas, participativas) o ser humano está despossuído de si mesmo, vagando pela estrada que ao final, não vai dar em lugar nenhum!
Nenhum comentário:
Postar um comentário