domingo, 28 de novembro de 2010

Foucault e o poder disciplinar

FOUCAULT - O PODER DISCIPLINAR E A METÁFORA DO PANÓPTICO

O Panoptico no Morro do Alemão: Hoje, 28/11 a televisão mostrou a re-tomada pelo Estado do ponto mais alto do Complexo do Alemão. Da casa que seria de um dos traficantes podia-se ver toda a comunidade, como se a casa fosse a Torre do sentinela e a Comunidade em volta, observada a partir de todos os ângulos, fosse a prisão, numa metáfora do Panóptico, tal qual idealizado por Jeremy Bentham em 1791 e conceituado por Foucault.

Foucault trouxe o conceito de panoptico como uma metáfora do poder disciplinar moderno, que a tudo vigia - não para proteger mas para punir. Para ele o poder é uma técnica, um método que a tudo penetra e que permite o controle do corpo (da pessoa). O poder disciplinar é então uma técnica de distribuição dos indivíduos em espaços; é um controle no tempo e é vigilância e talvez este seja um dos principais instrumentos do poder disciplinar. Foucault diz que o poder disciplinar exige um conjunto de conhecimentos que ao mesmo tempo que exerce poder, produz um saber.

Devemos então nos perguntar: Que conhecimento está na base do poder? Qual o saber que é produzido? Que práticas estão sendo compartilhadas e incorporadas? O que devemos mudar em nós para que as instituições mudem? O que o outro tem aprendido conosco?

O caminho do poder está permeado de relações interpessoais. Em Microfísica do Poder, Foucault diz que as relações de poder são intencionais e não subjetivas, ou seja não resultam da escolha ou da decisão de um sujeito, individualmente. Portanto elas são resultado de práticas compartilhadas, que são aprendidas de forma conjunta. Por este motivo não há nós e os outros. Há apenas nós.

Por este motivo hoje dia 28/11/2010 é um marco em nossa responsabilidade, pois algo deu errado, e sinaliza que pode dar certo, então devemos perguntar: Onde erramos? Onde e como mudar? O que devo mudar em mim? O que devo mudar no meu trabalho? O que devo mudar na minha relação com a comunidade? O que devo mudar na relação com a família?

A esfinge continua em meio à vida trazendo os seus enigmas. Juntos podemos encontrar as respostas, mas só...juntos....sem excluir ninguém!

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