Weber (1864 - 1920) afirma que quando nossas ações e reações orientam-se pelo que os outros fazem ou fizeram, isto se chama “ação social”, porque neste tipo de ação nos orientamos pelo comportamento dos outros, seja este um comportamento passado, presente ou futuro. Indivíduos ou uma multiplicidade de pessoas influenciam nossa forma de agir. E sucessivamente também podemos influenciar outras pessoas. Weber queria entender o sentido subjetivo que sustenta as ações das pessoas.
A ação social carrega outros conceitos: subjetividade, influência, ascendência, predomínio, interferência, Atividade de grupo.
Isto significa que a pessoa é fortemente influenciada por pessoas e por sua vez influencia outras pessoas e haverá um predomínio de idéias, haverá uma interferência na forma de pensar e de agir. Imaginemos agora este fenômeno da ação social em um grupo que se constrói mutuamente. Que idéias vão prevalecer? Que ações vão prevalecer? Qual será o resultado final desta ontologia? Qual será o sentido último da ação social como fenômeno teleológico?
Weber queria entender os diferentes modos através dos quais as pessoas dão sentido subjetivo (1) às suas atividades e considerava que a sociologia deveria debruçar-se sobre este estudo, mesmo que os complexos de sentido lhes parecessem estranhos, curiosos, peculiares.
Dentro deste argumento é que a sociologia de Weber fala em sentido subjetivo e realidade empírica e concreta, pois é no contexto, é no grupo que as pessoas vão se influenciar umas às outras e sofrer suas influências, carregando de sentido (ou não) suas ações no grupo.
Para Weber há uma multiplicidade de forças causais determinantes dos contornos do passado e do presente. São as inúmeras ações e crenças das pessoas e suas influências mútuas e destas com a realidade, que determinam a história. Não são nem as Leis de Mercado de Adam Smith, nem a "Luta de Classes" de Karl Marx.
(1) O sentido subjetivo tem a ver com os valores que impregnam as nossas idéias e se refletem em nossas ações. Valores e crenças são transmitidos, ensinados, impostos e levam a pensar e agir desta ou daquela maneira, influenciando pessoas e sendo por elas influenciado. Quem me influenciou ou influencia? A quem estou influenciando? Estas discussões deveriam ser um importante objeto da Sociologia, segundo Max Weber.
A Filosofia é um modo de pensar, e ao final se manifesta em um modo de existir. É uma forma de se colocar diante da realidade, diante dos problemas. A Filosofia questiona, indaga e não se acomoda diante das verdades absolutas. A Ética sendo uma parte da Filosofia se ocupa com a reflexão sobre os princípios que regem a vida moral da sociedade.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
sábado, 4 de dezembro de 2010
NIETZSCHE E O SUPER HOMEM
A Filosofia não tem respostas prontas, mas indagações: O que é o super-homem? Defina super-homem. Não há respostas, mas reflexões sobre o conceito de Nietzsche, pois todo símbolo é parte do universo interior - imaginário carregado de significado - e segundo Nietzche "não há uma estrada para o mundo real” (Nietzsche em Aurora).
Para Nietzsche o super-homem é o indivíduo que criou seus próprios valores afirmativos da vida, que não é condicionado pelos hábitos e valores sociais de uma época. Realmente esta é uma definição que cientificamente abre uma grande janela para um novo conceito de inteligência social. Para aprofundarmos nossas reflexões teremos que nos apoiar em Bakhtin (Mikhail Mikhailovich Bakhtin (1895 - 1975) que foi um linguista russo, para quem “a palavra é o signo ideológico por excelência” e também "uma ponte entre mim e o outro". Mas o que seria esta ponte entre mim e o outro? Bakhtin afirmava que a inter-subjetividade antecede à subjetividade, querendo dizer com isto que para o sujeito se realizar ele precisa da comunidade. Isto significa que somos condicionados pelos hábitos e valores sociais de uma época. Que estágio de desenvolvimento social será este, no qual a sociedade cria o indivíduo autônomo e capaz de superar-se a si mesmo e de socializar para outros a sua experiência?
Continuando as reflexões podemos idizer como Gerald Durozoi e André Roussel, que Super-Homem é o tipo superior de homem que conseguiu superar todos os valores. É possível mesmo superar todos os valores e adquirir uma nova subjetividade? Rubens Rodrigues Torres Filho diz que Super-Homem é aquele que supera as ilusões e se volta para a Terra, dando valor à vida terrena, com um novo modo de sentir, pensar e avaliar, uma nova forma de existir como sujeito. Ou seja, o Super-Homem adquire uma nova subjetividade, na vivência conjunta do cotidiano..
Quanto a mim, não tenho respostas prontas sobre como será a heterogênese do novo humano como super-homem, mas gosto neste viés do que dizem Marx e Engels em “Ideologia Alemã:
A partir do momento em que os homens vivem na sociedade natural, (...) cada indivíduo tem uma esfera de atividade exclusiva que lhe é imposta e da qual não pode sair; é caçador, pescador, pastor ou crítico e não pode deixar de o ser se não quiser perder os seus meios de subsistência. Na sociedade comunista(sic), porém, (...) é a sociedade que regula a produção geral e me possibilita fazer hoje uma coisa, amanhã outra, caçar da manhã, pescar à tarde, pastorear à noite, fazer crítica depois da refeição, e tudo isto a meu bel-prazer, sem por isso me tornar exclusivamente caçador, pescador ou crítico”.
Neste contexto e nestes sentidos haverá uma estrada para o mundo real? Volto a Nietzsche que, se por um lado fala no super-homem, por outro lado adverte que nossas lentes são fornecidas pela cultura e nossos sentidos nos envolvem na mentira. Ele diz que somos aranhas em uma teia que só apanha o que se deixa apanhar, ou seja, os sentidos captam o que a cultura ensina a apanhar. Podemos vencer o desafio da autonomia?
Enfim...somos causa uns dos outros e talvez a resposta esteja no processo de causação mútua: ou mudamos todos juntos - embora cada um a seu tempo - num processo consciente, ou não teremos mudanças! É bom frisar aqui que as histórias precisam ser entretecidas de forma conjunta - em tempo intemporal.
Para Nietzsche o super-homem é o indivíduo que criou seus próprios valores afirmativos da vida, que não é condicionado pelos hábitos e valores sociais de uma época. Realmente esta é uma definição que cientificamente abre uma grande janela para um novo conceito de inteligência social. Para aprofundarmos nossas reflexões teremos que nos apoiar em Bakhtin (Mikhail Mikhailovich Bakhtin (1895 - 1975) que foi um linguista russo, para quem “a palavra é o signo ideológico por excelência” e também "uma ponte entre mim e o outro". Mas o que seria esta ponte entre mim e o outro? Bakhtin afirmava que a inter-subjetividade antecede à subjetividade, querendo dizer com isto que para o sujeito se realizar ele precisa da comunidade. Isto significa que somos condicionados pelos hábitos e valores sociais de uma época. Que estágio de desenvolvimento social será este, no qual a sociedade cria o indivíduo autônomo e capaz de superar-se a si mesmo e de socializar para outros a sua experiência?
Continuando as reflexões podemos idizer como Gerald Durozoi e André Roussel, que Super-Homem é o tipo superior de homem que conseguiu superar todos os valores. É possível mesmo superar todos os valores e adquirir uma nova subjetividade? Rubens Rodrigues Torres Filho diz que Super-Homem é aquele que supera as ilusões e se volta para a Terra, dando valor à vida terrena, com um novo modo de sentir, pensar e avaliar, uma nova forma de existir como sujeito. Ou seja, o Super-Homem adquire uma nova subjetividade, na vivência conjunta do cotidiano..
Quanto a mim, não tenho respostas prontas sobre como será a heterogênese do novo humano como super-homem, mas gosto neste viés do que dizem Marx e Engels em “Ideologia Alemã:
A partir do momento em que os homens vivem na sociedade natural, (...) cada indivíduo tem uma esfera de atividade exclusiva que lhe é imposta e da qual não pode sair; é caçador, pescador, pastor ou crítico e não pode deixar de o ser se não quiser perder os seus meios de subsistência. Na sociedade comunista(sic), porém, (...) é a sociedade que regula a produção geral e me possibilita fazer hoje uma coisa, amanhã outra, caçar da manhã, pescar à tarde, pastorear à noite, fazer crítica depois da refeição, e tudo isto a meu bel-prazer, sem por isso me tornar exclusivamente caçador, pescador ou crítico”.
Neste contexto e nestes sentidos haverá uma estrada para o mundo real? Volto a Nietzsche que, se por um lado fala no super-homem, por outro lado adverte que nossas lentes são fornecidas pela cultura e nossos sentidos nos envolvem na mentira. Ele diz que somos aranhas em uma teia que só apanha o que se deixa apanhar, ou seja, os sentidos captam o que a cultura ensina a apanhar. Podemos vencer o desafio da autonomia?
Enfim...somos causa uns dos outros e talvez a resposta esteja no processo de causação mútua: ou mudamos todos juntos - embora cada um a seu tempo - num processo consciente, ou não teremos mudanças! É bom frisar aqui que as histórias precisam ser entretecidas de forma conjunta - em tempo intemporal.
domingo, 28 de novembro de 2010
Foucault e o poder disciplinar
FOUCAULT - O PODER DISCIPLINAR E A METÁFORA DO PANÓPTICO
O Panoptico no Morro do Alemão: Hoje, 28/11 a televisão mostrou a re-tomada pelo Estado do ponto mais alto do Complexo do Alemão. Da casa que seria de um dos traficantes podia-se ver toda a comunidade, como se a casa fosse a Torre do sentinela e a Comunidade em volta, observada a partir de todos os ângulos, fosse a prisão, numa metáfora do Panóptico, tal qual idealizado por Jeremy Bentham em 1791 e conceituado por Foucault.
Foucault trouxe o conceito de panoptico como uma metáfora do poder disciplinar moderno, que a tudo vigia - não para proteger mas para punir. Para ele o poder é uma técnica, um método que a tudo penetra e que permite o controle do corpo (da pessoa). O poder disciplinar é então uma técnica de distribuição dos indivíduos em espaços; é um controle no tempo e é vigilância e talvez este seja um dos principais instrumentos do poder disciplinar. Foucault diz que o poder disciplinar exige um conjunto de conhecimentos que ao mesmo tempo que exerce poder, produz um saber.
Devemos então nos perguntar: Que conhecimento está na base do poder? Qual o saber que é produzido? Que práticas estão sendo compartilhadas e incorporadas? O que devemos mudar em nós para que as instituições mudem? O que o outro tem aprendido conosco?
O caminho do poder está permeado de relações interpessoais. Em Microfísica do Poder, Foucault diz que as relações de poder são intencionais e não subjetivas, ou seja não resultam da escolha ou da decisão de um sujeito, individualmente. Portanto elas são resultado de práticas compartilhadas, que são aprendidas de forma conjunta. Por este motivo não há nós e os outros. Há apenas nós.
Por este motivo hoje dia 28/11/2010 é um marco em nossa responsabilidade, pois algo deu errado, e sinaliza que pode dar certo, então devemos perguntar: Onde erramos? Onde e como mudar? O que devo mudar em mim? O que devo mudar no meu trabalho? O que devo mudar na minha relação com a comunidade? O que devo mudar na relação com a família?
A esfinge continua em meio à vida trazendo os seus enigmas. Juntos podemos encontrar as respostas, mas só...juntos....sem excluir ninguém!
O Panoptico no Morro do Alemão: Hoje, 28/11 a televisão mostrou a re-tomada pelo Estado do ponto mais alto do Complexo do Alemão. Da casa que seria de um dos traficantes podia-se ver toda a comunidade, como se a casa fosse a Torre do sentinela e a Comunidade em volta, observada a partir de todos os ângulos, fosse a prisão, numa metáfora do Panóptico, tal qual idealizado por Jeremy Bentham em 1791 e conceituado por Foucault.
Foucault trouxe o conceito de panoptico como uma metáfora do poder disciplinar moderno, que a tudo vigia - não para proteger mas para punir. Para ele o poder é uma técnica, um método que a tudo penetra e que permite o controle do corpo (da pessoa). O poder disciplinar é então uma técnica de distribuição dos indivíduos em espaços; é um controle no tempo e é vigilância e talvez este seja um dos principais instrumentos do poder disciplinar. Foucault diz que o poder disciplinar exige um conjunto de conhecimentos que ao mesmo tempo que exerce poder, produz um saber.
Devemos então nos perguntar: Que conhecimento está na base do poder? Qual o saber que é produzido? Que práticas estão sendo compartilhadas e incorporadas? O que devemos mudar em nós para que as instituições mudem? O que o outro tem aprendido conosco?
O caminho do poder está permeado de relações interpessoais. Em Microfísica do Poder, Foucault diz que as relações de poder são intencionais e não subjetivas, ou seja não resultam da escolha ou da decisão de um sujeito, individualmente. Portanto elas são resultado de práticas compartilhadas, que são aprendidas de forma conjunta. Por este motivo não há nós e os outros. Há apenas nós.
Por este motivo hoje dia 28/11/2010 é um marco em nossa responsabilidade, pois algo deu errado, e sinaliza que pode dar certo, então devemos perguntar: Onde erramos? Onde e como mudar? O que devo mudar em mim? O que devo mudar no meu trabalho? O que devo mudar na minha relação com a comunidade? O que devo mudar na relação com a família?
A esfinge continua em meio à vida trazendo os seus enigmas. Juntos podemos encontrar as respostas, mas só...juntos....sem excluir ninguém!
sábado, 6 de março de 2010
Filosofia e Ética
Este blog apresentará algumas discussões sobre Ética, Filosofia e Espiritualidade. Procurarei aqui discutir teorias e conceitos de muitos filósofos e educadores. Trarei também minhas idéias sobre estes campos e buscarei mostrar como ciência, política e espiritualidade (não digo religião) precisam caminhar juntas em sociedade, para que uma nova heterogênese do humano possa surgir a partir de nossas relações, um humano mais solidário, mas afetivo, mais tolerante, mais firme em seus propósitos. Capaz de autoestima e de heteroestima, sem preconceitos.
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