Parábola contada pelo Rabi de Nazaré para ensinar aos ouvintes. Fiz uma interpretação do ensinamento.
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Parábola: Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu?
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Parábola: Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu?
Esta
parábola é uma metáfora para compreender o significado dos novos paradigmas. Na maioria das vezes não
percebemos as pequenas mudanças em nós
ou a nossa volta ou não as valorizamos, mas elas se instalam e
parafraseando José Saramago, nenhuma
mudança é repentina, pois o destino leva
tempo a se decidir. É como se tivéssemos um argueiro no olho, que nos impede de
vermos o quadro real. A questão é que na imensa maioria das vezes nos perdemos
em críticas e ao invés de focarmos na solução dos problemas, nós investimos
nossa criatividade nos conflitos..
Esta
parábola remete ao dogmatismo, quando acreditamos que o outro diante de nós
está interpretando a tudo de uma forma errada. Temos as nossas certezas e
acabamos por nos tornar etnocêntricos, acreditando que quem não pensa como nós
está errado. Na verdade, é fundamental entender que nenhuma interpretação da
vida é desligada da experiência de quem a construiu. Isto se chama
relativização, ou seja, é fundamental compreender que toda interpretação é resultado de uma vivência
e no máximo nos cabe, gentilmente, dizer ao outro: não penso como você, para
mim, esta questão tem um outro significado. E se valer a pena, se a pessoa for
muito importante para você, mostrar como você vê o problema, com delicadeza,
sem antagonizar..
Na
verdade, a metáfora se refere a um cego guiando outro cego, pois dentro da
visão dogmática, o outro para nós simplesmente não existe, não o reconhecemos,
nem o respeitamos e nesse compasso se instala a indiferença, tão prejudicial
nos relacionamentos. A realidade é que cada um de nós interpreta a tudo de um jeito próprio, de acordo com a bagagem que se
tem e certamente sempre existirão diferenças entre as visões das pessoas.
Distintas experiências ajudam a complementar
as maneiras de ver o mundo e delinear juntos uma solução mais inteligente, que
enxerga muito mais, por acréscimo da maneira de ver do outro.
A
maior diferença entre s pessoa não é tanto de gênero, cor ou orientação sexual,
mas sim a forma de pensar, de resolver problemas, de criar soluções. E esta
propriedade da mente pode ser usada em
favor da vida em grupo, pois nenhuma solução é isolada ou individual, pois
sempre existe mais de uma pessoa envolvida nos contextos.
Na
verdade ficar olhando o problema não é a melhor alternativa para encontrar a
solução, a experiência tem mostrado que focar no contexto que gerou o problema é
parte da solução. E quando se integram pessoas
neste esforço, a solução criativa acontece, porque nada é isolado.
Nas
organizações empresariais esta metáfora do argueiro no olho remete ao
enfraquecimento do profissional, do
administrador, do gestor, porque pessoas e soluções se perdem na ilusão de que
só existe uma forma de resolver os problemas. Na verdade as pessoas pensam
diferente umas das outras e esta é a
riqueza do mundo, a mente é social e colaborativa, de uma complexidade e
simplicidade indescritível.
Em
nível pessoal, as pessoas se perdem porque ficam olhando os defeitos dos outros
e isto se for realizado por muito tempo, acaba por gerar um entorpecimento
mental, que não traz a tão sonhada capacidade criativa para resolver problemas
e impede a pessoa de enxergar os novos caminhos, as soluções inteligentes, que
já estão ali, mas estão embaçadas pela visão individualista.
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