O espaço público na Rede Social
é um modelo de tecnologia-informação-comunicação, criado na interação social
entre indivíduos e dinamizado na conexão entre computadores, onde a as pessoas
constróem a informação, de forma participativa, ampliando experiências,
idéias. Não há uma cepa predadora na Rede, não
há uma liderança, pois a rede não tem um centro.
Esta conexão entre pessoas, como um serviço público, propicia o diálogo, e estimula a busca participativa de uma solução particular para um problema. Está em curso uma nova ordem ética e política que destaca todo indivíduo, como um nó na Rede, conectando-se com outras pessoas, numa comunicação computador a computador, empreendendo um novo processo ético, que considera a história de cada um, e os insere no campo da linguagem.
“A linguagem da
qual se trata aqui, repitamos, não é o objeto que os lingüistas estudam, nem
algum veículo neutro próprio para transmitir as mensagens
eficazmente. Uma linguagem é a condição de possibilidade de um mundo,
desdobra o campo de significado donde surgem os eventos, estende a grande placa
imaginária sobre a qual os fatos se desenrolam e encadeiam.
"Notem
vocês que se eu tivesse dito: a linguagem é nosso instrumento de comunicação,
teria colocado a linguagem no corpo, como instrumento através do qual
manejamos símbolos na comunicação. Reconheço também que a linguagem não se dá
no corpo, mas sim no fluir em coordenações consensuais de conduta” (Maturana).
A linguagem que permeia a democracia representativa está no corpo,
mas a que representa o anseio por uma democracia participativa está no fluir da
linguagem que interliga ponto a ponto as pessoas, de forma ubíqua. Há,
como na vida, um sentido teleológico na Rede, que de ponto a ponto incorpora
novas variáveis, novas idéias, novas concepções de vida, fazendo surgir a
linguagem resultante da idéia coletiva, e que se auto-coordena de forma
consensual. Há na Rede social uma auto-gestão que evidencia cada nó e que
merece ser estudada cientificamente, pois não há um líder, uma vez que a
liderança, de forma ubíqua, está na Rede.
Que partido está habilitado para esta representação? Que gestores?
A coisa pública está em jogo. Há a exigência de uma nova ética e política no
governo das coisas.
MATURANA, Humberto. Emoções e Linguagem na Educação e na Política. Minas Gerais :
Editora UFMG, 1998. 98 p (coleção Humanitas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário