terça-feira, 18 de junho de 2013

O espaço público na Rede Social: Uma nova ordem ética e política

         O espaço público na Rede Social é um modelo de tecnologia-informação-comunicação, criado na interação social entre indivíduos e dinamizado na conexão entre computadores, onde a as pessoas constróem a informação, de forma participativa, ampliando experiências, idéias. Não há uma cepa predadora na Rede, não há uma liderança, pois a rede  não tem um centro.

         Esta conexão entre pessoas, como um serviço público, propicia o diálogo, e estimula a busca participativa de uma solução particular para um problema. 
Está em curso uma nova ordem ética e política que destaca todo indivíduo, como um nó na Rede, conectando-se com outras pessoas, numa comunicação computador a computador, empreendendo um novo processo ético, que considera a história de cada um, e os insere no campo da linguagem.

“A linguagem da qual se trata aqui, repitamos, não é o objeto que os lingüistas estudam, nem algum veículo neutro próprio para transmitir as  mensagens eficazmente.  Uma linguagem é a condição de possibilidade de um mundo, desdobra o campo de significado donde surgem os eventos, estende a grande placa imaginária sobre a qual os fatos se desenrolam e encadeiam.
 "Notem vocês que se eu tivesse dito: a linguagem é nosso instrumento de comunicação, teria colocado  a linguagem no corpo, como instrumento através do qual manejamos símbolos na comunicação. Reconheço também que a linguagem não se dá no corpo, mas sim no fluir em coordenações consensuais de conduta” (Maturana).

   
          A linguagem que permeia a democracia representativa está no corpo, mas a que representa o anseio por uma democracia participativa está no fluir da linguagem que interliga ponto a ponto as pessoas, de forma ubíqua.  Há, como na vida, um sentido teleológico na Rede, que de ponto a ponto incorpora novas variáveis, novas idéias, novas concepções de vida, fazendo surgir a linguagem resultante da idéia coletiva, e que se auto-coordena  de forma consensual. Há na Rede social uma auto-gestão que evidencia cada nó e que merece ser estudada cientificamente, pois não há um líder, uma vez que a liderança, de forma ubíqua, está na Rede. 


         Que partido está habilitado para esta representação? Que gestores? A coisa pública está em jogo. Há a exigência de uma nova ética e política no governo das coisas.


 MATURANA, Humberto. Emoções e Linguagem na Educação e na Política. Minas Gerais : Editora UFMG, 1998. 98 p (coleção Humanitas). 

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