Segundo Alain Touraine não se encontra mais sentido nas instituições políticas e sociais e que este novo paradigma cultural é o único capaz de promover uma outra concepção de vida política, um novo individualismo.
Touraine esclarece que o novo modelo pós-social dos direitos culturais se contrapõe às produções da cultura de massa e à lógica geral do lucro e provoca a inserção das minorias que se sentem traídas pela imagem que delas é apresentada.
Hoje todos tem um papel representativo na construção conjunta de uma nova sociedade e nesta tecitura, cada um por sua vez pode contribuir com suas influências, e vem parecendo que este fenômeno possui características transformadoras e libertadoras, mostrando traços do que Touraine chama de uma nova sociedade cultural.
A nova sociedade cultural é um fenômeno global, que surge localizado, a partir do deslocamento do eixo para um novo paradigma cultural, a partir do qual homens e mulheres constroem conhecimento no qual a matéria prima para gerar riquezas, é o indivíduo, o local, a vizinhança, as relações próximas.
Alijadas há tempos de uma história coletiva, resta às pessoas, aos grupos e comunidades voltarem-se sobre si mesmas e buscarem encontrar suas próprias soluções, re-inventarem vidas, protagonizarem histórias, dando um novo sentido às experiências, compartilhando práticas, fazendo surgir neste mergulho para dentro de si mesmos novas narrativas, novos conteúdos, novas políticas comunitárias.
O conceito de democracia liga-se profundamente ao conceito de comunidade, um Espaço Público localizado para a formação de um espírito coletivo cultural, local e depois nacional. É neste sentido que podemos afirmar que inguém pode nos dar a democracia, devemos aprender a democracia, na relação, na interação, na proximidade, no grupo. Ser democrata é aprender como viver com outros seres humanos. É o conceito de grupo com o significado de associação sob a lei da interpenetração, para uma democracia participativa.
TOURAINE, Alain. Um novo Paradigma: Para compreender o mundo de hoje. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2007. 249 p.
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